18 de março de 2021

O primeiro trimestre de 2021: mudanças, novas intenções e leituras recentes

Março já está chegando ao fim e eu ainda não senti a menor disposição para sentar e gravar um vídeo conversando sobre o que li desde que 2021 começou, assim como as (muitas!) leituras que ficaram pendentes do ano passado. Ciente de que não tenho nenhuma obrigação e que o meu diário de leitura virtual é apenas uma coisa que faço como diversão e para registrar as minhas leituras, decidi aceitar as coisas como elas são e tentar me adaptar a esse estranho e imprevisível ritmo com o qual tenho operado. O canal está lá e não pretendo desativar nada em um futuro próximo, mas também não faço mais promessas de retorno. O que tiver que ser, será. Acho que uma das principais lições que aprendi desde que o mundo virou do avesso é que a gente precisa sempre respeitar o nosso ritmo, assim como nossos momentos e nossos ciclos. A vida é cheia de fases, nossas prioridades mudam e a gente tenta encaixar nossas paixões em novas rotinas do jeito que dá e da maneira mais saudável.

Ainda não sei como irei registrar as minhas leituras em 2021, mas sei que quero fazer algo um pouco mais consistente do que fiz no ano passado. Gosto de poder voltar aos meus registros de tempos em tempos para ver se algo mudou em minhas opiniões ou apenas para refrescar a memória que, depois de trinta décadas, já começa a falhar. A escrita e os blogs sempre foram as ferramentas com as quais me sinto mais confortável, aquelas com as quais tenho mais familiaridade, e é justamente por essas razões que é à elas que recorro agora. O mundo não está seguro e o momento é de desconforto, não há razão para complicar ainda mais as coisas tirando a leveza daquilo que sempre foi uma fonte de prazer e inspiração. Não sei se vai dar certo, mas quero tentar. 

***

Por aqui, o primeiro trimestre de 2021 foi marcado pela sensação de que nada mudou e que ainda estamos em 2020, o que me deixou bastante inquieta, frustrada e derrotada. Por isso, busquei leituras envolventes e, de forma geral, escapistas. A maioria de fantasia ou com elementos mágicos e/ou sobrenaturais, assim como algum aspecto de romance. Encontrei um dos livros mais legais que já li e forte candidato para a lista dos melhores do ano, fiz uma leitura realmente assustadora e comecei algumas que pretendo continuar nos próximos meses. Ao todo, foram 5 livros e 9 mangás - nenhum avaliado com menos de 3 estrelas, o que considero um indicativo de que foi um bom período de leituras.

Haroun e o Mar de Histórias
, de Salman Rushdie | ★★★★
O livro que escolhi sem muita cerimônia para iniciar o ano e não consigo pensar em uma obra melhor para isso. Aqui temos uma história de fantasia com um protagonista juvenil que sai em uma aventura e só isso já seria meio caminho andado para que eu gostasse do livro, mas Salman Rushdie foi além e entregou uma história cheia de metáforas e lições importantes, principalmente sobre a liberdade de expressão e o poder das histórias. Falei melhor sobre a leitura nesse post (que também postei no Instagram) e nesse vídeo de leituras recentes.

O Jardim das Palavras
, de Makoto Shinkai e Midori Motobashi (arte) | ★★★
Até agora não sei dizer exatamente o que achei desse mangá. Achei que faltou algo e que talvez por isso eu não tenha conseguido me conectar totalmente com a história, ou talvez o momento da leitura não tenha sido o mais favorável. Ou talvez essa seja uma daquelas histórias sobre as quais a gente não consegue ter uma opinião definitiva sobre tudo. Acho que irei reler em algum momento. O mangá é uma adaptação do filme de mesmo nome e acho que fui capaz de ter uma visão mais completa da história depois que assisti. Se tivesse que escolher, diria que prefiro o filme porque acho que as cores e a trilha sonora contribuem mais para a atmosfera melancólica e reflexiva da história. Porém, acho que para ter uma noção completa de tudo, seria interessante conhecer as duas obras, já que fiquei com a sensação de que elas se completam.

Vampire Knight
, de Matsuri Hino (volumes 12 a 19) | ★★★★
Depois de mais de dez anos, finalmente terminei de ler essa série. Gostei de algumas coisas, detestei outras. Alguns aspectos continuaram muito legais e outros envelheceram muito mal. No geral, gostei da experiência e de acompanhar a história, por mais confusa que ela tenha ficado nos últimos volumes. Vou sempre me lembrar de tudo com muito carinho porque foi o primeiro mangá com que tive contato. Ainda estou me decidindo se irei escrever algo sobre essa série, mas em todo caso quero deixar registrado que meus personagens preferidos são o Zero, o Aidou e o diretor Kurosu.

The Southern Book Club's Guide to Slaying Vampires
, de Grady Hendrix | ★★★★★
O livro foi lançado no primeiro semestre de 2020 e desde então, eu estava bem curiosa. Fiquei adiando a experiência e optei por conhecer o autor por meio de um livro anterior, My Best Friend's Exorcism, que acabou sendo um dos meus favoritos do ano passado e me fez colocar Grady Hendrix na lista de autores para ler mais em 2021. Depois de finalmente ler, preciso dizer que o hype é merecido. O livro é ótimo, não só por ser bastante envolvente, mas também por trazer camadas que vão além daquilo que estamos lendo. É um thriller de vampiro, mas é bem mais que isso. Um dos meus favoritos do ano, pretendo falar mais sobre ele no futuro.

Helter Skelter - The True Story of  the Manson Murders
, de Vincent Bugliosi e Curt Gentry | ★★★★★
Gosto muito de ler e assistir coisas sobre os anos 1960 nos Estados Unidos, principalmente sobre o fim da década, os movimentos de contracultura, as músicas, a moda, etc. Assim, era apenas uma questão de tempo até que eu chegasse à Família Manson e ao livro que, até onde sei, é a obra mais completa sobre os assassinatos Tate-LaBianca e os julgamentos dos assassinos. Há anos queria ler o livro e todas as expectativas criadas foram atingidas, pois valeu cada instante da longa leitura. É um livro exaustivo em alguns momentos, mas é muito interessante e envolvente. Já escrevi sobre ele aqui e recomendo bastante para quem gosta de true crime ou se interessa pelo assunto.

Anexos
, de Rainbow Rowell | ★★★
Depois de dois livros mais grotescos, precisei buscar algo mais leve na estante e finalmente reencontrei a Rainbow Rowell. Anexos foi uma leitura gostosinha, aquela comédia romântica que aquece o coração e a que faz a gente torcer pelos personagens. Adorei a forma como a autora estruturou a narrativa e também a ambientação no fim dos anos 1990. Esse foi o primeiro trabalho que li da autora que não é direcionado ao público jovem adulto e fiquei feliz ao perceber que sigo gostando do do estilo dela e de suas histórias. Fiz esse post com as coisas que mais gostei no livro e agora estou determinada a ler os outros trabalhos da Rainbow que ainda não li.

The Brightest Star in the North - The Adventures of Carina Smythe
 (Meredith Rusu) | ★★★
Comprei esse livro companion quando o filme mais recente da franquia Piratas do Caribe estava para estrear nos cinemas em 2017; por ser um prequel, a intenção era ler antes de assistir ao filme, mas só fui tirar o livro da estante no último fim de semana. Acho que foi melhor assim, já que a última parte é praticamente uma romantização do filme e, por isso, é cheia de spoilers. Em todo caso, gostei da leitura. Não por ser algo excelente, mas por ser exatamente aquilo que se propõe a ser: uma história de origem da personagem Carina Smythe. Aqui é possível compreender melhor as motivações dela e o que a leva ao ponto em que a conhecemos no início do filme, gostei de alguns diálogos e vou carregar várias citações para a vida. Foi uma leitura divertida, que me transportou para um universo que eu adoro e me deixou com vontade de pesquisar mais livros com piratas.

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