30 de maio de 2019

Se não eu, quem vai fazer você feliz? (Graziela Gonçalves)

 Sinopse:

Um dos maiores ícones do rock nacional, Alexandre Magno Abrão, o Chorão, conquistou o Brasil sobretudo pela sua entrega na hora de compor e cantar. Essa mesma intensidade marcou a história de amor ímpar vivida com Graziela Gonçalves, que conta neste livro como o relacionamento de quase vinte anos dos dois a transformou para sempre.
Ela conheceu o cantor antes de sua banda estourar e se tornar uma das mais populares do país. Com suas ideias e seu apoio, Grazi teve participação importante na construção do sucesso do Charlie Brown Jr. Foi a grande musa de Chorão, que escreveu inúmeras letras inspirado nela. Como companheira de Alexandre, passou com ele os melhores e os piores momentos, e o ajudou a enfrentar a dependência química, que o levou, tragicamente, à morte em 2013.
Se não eu, quem vai fazer você feliz? não vai tocar apenas os fãs de Chorão. Mesmo sem conhecer sua música, é impossível não se emocionar com a força desse amor que sobreviveu à fama, às crises e até à morte — e que é homenageado neste livro.

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O livro é uma mistura de autobiografia e livro de memórias em que Graziela Gonçalves conta um pouco de sua história, como conheceu o Alê, conhecido por todos nós como Chorão, e como foi a história que eles viveram juntos.

Gostei muito de como ela construiu o cenário de Santos nos anos 80 e 90, pois consegui ser transportada para aquela época. Outro ponto importante da ambientação é que consegui entender o contexto em que o Charlie Brown Jr. surgiu e perceber a influência da cidade na obra do Chorão.

A maneira como Grazi fala sobre como conheceu o Alê é muito gostosa de acompanhar. Adorei o trecho em que mesmo tendo a música como parte muito importante de sua vida e de seus anos de formação, ela nunca, nem em seus sonhos mais impossíveis, havia imaginado que ocuparia a posição (ou seria papel?) de musa inspiradora. Amei conhecer as histórias por trás das letras das músicas do Charlie Brown Jr. É lindo pensar que o romance dos dois está imortalizado por elas.

Ao falar sobre o Chorão, Grazi não poupa palavras e é bastante sincera. Enaltece suas qualidades, mas não omite seus defeitos. Achei curioso o fato de ela reconhecer que abriu mão de muitos de seus sonhos para seguir os sonhos do Alê. Foi triste ler sobre como ela se sentiu vazia depois que ele faleceu, não apenas pela dor da perda e do luto, mas também por perceber que não sabia mais quem ela era sem o Alê.

No final, ela comenta como a abandonaram depois da morte do Chorão - pessoas que antes eram tão próximas se tornaram estranhas. Além disso, tentaram não apenas "apagar" a sua importância para a banda, mas também a culparam parcialmente pela morte do Alê. Ela explica que escreveu o livro para contar a história que os dois viveram juntos, em que sonharam juntos, e também para compartilhar um lado do Chorão não muito perceptível por trás daquele jeito de brigão que ele tinha. Através dos olhos da Grazi, enxergamos o Alê: um cara sensível, inseguro e vulnerável que se escondia por trás daquela postura.

Terminei a leitura apaixonada pela história deles, com vontade de visitar Santos e, definitivamente, com vontade de conhecer mais do trabalho do Charlie Brown Jr. Leitura recomendada!

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