De forma abrupta e completamente inexplicável, Jason acorda dentro de um ônibus da Escola da Vida Selvagem sem saber quem é e nem como foi parar ali. Aparentemente, Leo, o garoto que faz piada de tudo, é o seu melhor amigo; e Piper, a garota lindíssima que está sentada ao seu lado, é a sua namorada. Mas Jason não tem recordação alguma dos dois ou de qualquer outra pessoa que possa ter encontrado em sua vida.
Leo está acostumado a mudanças, a nunca se estabelecer em um único lugar e prefere a companhia de máquinas a de seres humanos. Desde a morte de sua mãe tem vivido dessa forma e o mais próximo que chegou de formar vínculos foi a partir da amizade com Piper e Jason. Piper faz de tudo para chamar a atenção de seu pai, um astro de cinema muito ocupado e que, recentemente, desapareceu. Alguns dias antes do episódio com Jason sem memória no ônibus, ela havia visto seu pai em perigo durante um pesadelo e não faz ideia do que está acontecendo.
Após chegarem ao Grand Canyon em uma excursão da escola, sobreviverem ao ataque de espíritos da tempestade e serem resgatados por Annabeth Chase - que seguia uma pista sobre o paradeiro de um herói desaparecido -, Jason, Piper e Leo são levados ao Acampamento Meio-Sangue, onde descobrem que são semideuses. Depois da guerra dos titãs, novos e mais perigosos inimigos estão se erguendo e o Olimpo fechou suas portas, impedindo a comunicação entre deuses e heróis. Agora, a nova geração de semideuses precisa se preparar para uma nova grande profecia:
"Sete meios-sangues responderão ao chamado. Em tempestade ou em fogo, o mundo terá acabado. Um juramento a manter com alento final, e inimigos com armas às Portas da Morte, afinal".
Pouco sabia sobre Os heróis do olimpo além do fato de que é uma sequência de Percy Jackson e os olimpianos, por isso estava muito curiosa em relação à série. Depois de concluir a leitura do primeiro livro, afirmo que estou muito contente com o que encontrei.
Além de não ser estragada pela sinopse, a história em O herói perdido é bastante envolvente, com mistérios que intrigam o leitor e fazem com que este não queira abandonar a leitura. Como não sabia o que ia encontrar, confesso que fiquei surpresa quando descobri quem era o herói desaparecido e isso me motivou ainda mais a não largar o livro enquanto não descobrisse alguma coisa de seu paradeiro.
Os protagonistas também são um ponto a favor do livro, já que são bastante divertidos e muito cativantes (me digam, onde eu arrumo um Leo Valdez para ser meu amigo?). Piper foi a primeira a ganhar a minha afeição, tanto por ser inteligente e a única menina do grupo, quanto por sua insegurança que, ao contrário do que acontece com outras protagonistas do gênero, não me incomodou de forma alguma e apenas me fez acreditar mais na personagem. Leo é aquele amigo divertido, sempre disposto a ajudar e que sempre tem uma piada pronta para ser dita no momento mais inconveniente do mundo; e fica claro que esta postura mais cômica é, na verdade, um mecanismo de defesa contra a tristeza e a dor causadas por um acontecimento em seu passado.
Jason foi o que mais demorou para me agradar; não que ele seja chato, mas como nem ele sabia quem era, ficava difícil confiar nele. Mas, lá pela metade da leitura, fui percebendo que já gostava dele do mesmo jeito que gostava de Piper e Leo. O mistério de sua identidade também é outro incentivo para não largar o livro até chegar ao final; aos poucos e junto com Jason, fui juntando e encaixando as peças do quebra-cabeça e quando descobri o que estava acontecendo, fiquei de queixo caído! Damn you, Riordan! Ainda bem que já tenho o segundo livro me esperando.
No que diz respeito ao enredo, acho que tudo foi sendo bem construído; algumas perguntas foram respondidas no fim do livro, mas alguns pontos foram deixados para serem desenvolvidos nas sequências. A parte mais interessante, para mim, foi perceber que Riordan começou a introduzir a mitologia romana em sua história e entender, mais ou menos, como as coisas serão desenroladas a partir daí. No fundo, O herói perdido é um livro de apresentação e de preparação para o que virá.
Por fim, preciso mencionar o amadurecimento de Rick Riordan como escritor. Ao contrário do que aconteceu com Percy Jackson e os olimpianos e com As crônicas dos Kane, em O herói perdido, encontramos uma narrativa em terceira pessoa dividida em três perspectivas: Jason, Piper e Leo. Gostei de não me sentir presa à mente de um único narrador (ou dois, no caso dos Kane) durante toda a história. Outro aspecto que me agradou foi o fato de o autor desenvolver muito bem os protagonistas, de forma que, ao concluir a leitura, consegui entender quem eram aqueles personagens, assim como suas personalidades e motivações.
Para concluir: recomendo muito a leitura para quem já gosta do trabalho do autor, ou que goste de histórias envolventes, com mitologia grega/romana, mistérios, aventura e personagens cativantes.