27 de dezembro de 2012

Marina (Carlos Ruiz Zafón)

Em Marina, Carlos Ruiz Zafón nos faz viajar novamente pela Barcelona do passado. Desta vez, o leitor se encontra no final da década de 1970 e acompanha a história do adolescente Óscar Drai. Estudante de um colégio interno católico e bastante rígido, Óscar é um rapaz responsável que adora passar suas horas vagas passeando pelo centro de Barcelona, desvendando os mistérios das construções históricas da cidade. Em um de seus passeios, repara pela primeira vez a presença de um antigo casarão, escondido em um canto de uma rua igualmente escondida.

Curioso - principalmente pela presença de um gato atacando um pardal -, Óscar se aproxima da casa apenas para ficar ainda mais intrigado com o canto de uma voz feminina que parece sair da construção. No momento em que decide entrar na casa para descobrir o que está acontecendo, Óscar tem a sua vida mudada para sempre.

Ninguém entende nada da vida enquanto não entender a morte.

Alguns dias depois, Óscar conhece Marina, uma jovem encantadora com idade próxima à sua e que adora mistérios. Juntos, os dois resolvem visitar o antigo cemitério da cidade e descobrem que em todos os últimos domingos do mês uma dama vestida de preto costuma visitar uma lápide sem identificação, exceto por uma marca: uma borboleta negra. Unidos pela curiosidade, Óscar e Marina decidem seguir a dama de preto e desvendar o seu mistério. Com esse gancho, Zafón nos faz voltar a um passado ainda mais distante, apresentando um mistério bastante envolvente.

Sei que sou suspeita para falar dos livros do autor, mas achei Marina realmente muito bom. A narrativa é muito gostosa e envolvente, do tipo que prende o leitor. Os personagens são cativantes e, aos poucos, sentimos vontade de saber um pouco mais sobre eles. O mistério central do livro também não decepciona, fazendo com que a cada fim de capítulo o desespero para descobrir o desfecho da história aumente (o livro tem poucas páginas, o que motivou ainda mais a minha vontade de terminar). Um dos aspectos que mais gosto na forma de escrever do Zafón é a forma como ele descreve as situações, fazendo uso de expressões criativas e divertidas sem deixar o leitor entediado. Com Marina, por vezes, me arrepiei com os acontecimentos narrados que beiram o bizarro. É um misto de Edgar Allan Poe e...não sei o quê. A "investigação" de Óscar e Marina nos leva a perceber que a misteriosa dama de preto é apenas a ponta do iceberg e Zafón nos guia numa incrível jornada ao passado, cheia de altos e baixos e grandes reviravoltas. 

Em linhas gerais, Marina é um livro de mistério, com uma narrativa agradável e surpreendente. Indico à todos que - assim como eu - amam os livros do Zafón e também para aqueles que nunca leram nada do autor (se quiserem saber um pouco mais sobre ele, leiam a resenha que fiz sobre o livro O Jogo do Anjo). Ah, vale lembrar que este livro não faz parte da série do Cemitério dos livros esquecidos escrita pelo autor.✦

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