15 de setembro de 2014

O Misterioso Caso de Styles (Agatha Christie) | Hercule Poirot, livro #1

Publicado em 1920, O misterioso caso de Styles é o primeiro romance de Agatha Christie. É também o primeiro livro da autora a trazer o famoso detetive belga Hercule Poirot. A história, ambientada alguns anos após a Primeira Guerra Mundial e em uma enorme mansão no interior da Inglaterra, é narrada pelo Capitão Hastings, um amigo de Poirot. Depois da guerra, Hastings se encontra por acaso com John Cavendish, um antigo conhecido que lhe convida para passar alguns dias na casa de campo de sua família: a mansão Styles. Aceitando o convite, Hastings logo é apresentado ao peculiar elenco de personagens que vive na casa.

Emily Inglethorp, a madrasta de John, herdou a mansão Styles e todo o patrimônio da família. Bastante influente na comunidade da qual faz parte, sempre promovendo eventos de caridade, Emily irrita e surpreende sua família após se casar com Alfred Inglethorp, um homem vinte anos mais jovem. Seus enteados, amigos e criados acreditam que Alfred - um homem quieto e com um passado bastante misterioso - só tem interesse na fortuna de Emily.

Durante a temporada de Hastings na mansão, toda a família está reunida e a tensão é aparente. A situação se torna ainda mais delicada quando Emily é encontrada morta em seu quarto e todas as evidências indicam que a morte teria sido causada por envenenamento. A partir deste ponto, todos os moradores se tornam suspeitos, pois todos tinham motivos para querer Emily morta.

Para solucionar o caso, que apresenta características bastante peculiares na cena do crime, a Scotland Yard irá contar com a ajuda de Hercule Poirot, que se utilizará de métodos únicos e teorias miraboolantes para descobrir a identidade do assassino.

O misterioso caso de Styles é o livro certo para aqueles que querem conhecer Agatha Christie. Digo isso porque, além de ser o primeiro romance da autora, o livro reúne todas as características mais comuns nos trabalhos dela, então acredito que seja uma ótima amostra.

A leitura, envolvente do início ao fim, fluiu muito bem. Os livros de Agatha Christie tem essa característica de prender o leitor até que ele chegue à última página e descubra quem é o autor do crime. Ao longo da leitura, criei várias teorias e comecei a investigar junto com Poirot e, tantas descobertas foram feitas e tantas reviravoltas surgiram que, ao chegar ao fim, foi impossível não ficar surpresa com o final.

Confesso que, para mim, não foi um final excelente. Na verdade, acho que foi até um tanto frustrante; mas não sei se essa sensação foi causada por não ter compreendido as pistas deixadas pela autora ou por ter me deixado levar pelas ideias de Hastings. Aliás, não sei bem se gosto ou não deste narrador. Como personagem, Hastings é bem semelhante à John Watson (de Sir Arthur Conan Doyle e amigo de Sherlock Holmes), apesar de ser bem pior na hora de criar teorias, o que acaba por deixar a sua narrativa bastante tendenciosa. De certa forma, este é um elemento interessante em um romance policial, já que contribui ainda mais para estimular o leitor a investigar também.

Por um outro lado, a narrativa de Hastings funciona muito bem na hora de apresentar Poirot aos leitores, mostrando o detetive belga como um sujeito excêntrico e um tanto presunçoso. É bem divertido ver como o capitão duvida de seu amigo e acha seus métodos investigativos bastante estranhos. De uma forma geral, o mistério e a investigação foram bem construídos e Agatha deixou pistas falsas para confundir o leitor, de forma a incluí-lo na história e mostrar que seus livros vão além das páginas. 

Mesmo sem ter considerado O misterioso caso de Styles o melhor livro da autora, achei que foi uma leitura válida por ser um clássico da literatura policial e também por ser o primeiro trabalho da Rainha do Crime. Leitura recomendada para quem tem interesse em conhecer o trabalho da autora, para quem já admira o seu trabalho e também para quem gosta de um bom romance policial.

As novas edições publicadas pela Globo Livros estão muito bonitas e com um ótimo acabamento. As capas, além de modernas, são um ótimos atrativos para novos leitores. A edição traz orelhas, páginas amareladas (papel soft pólen) e fonte Fairfield com um bom tamanho (creio que seja 12). A diagramação também está satisfatória, com um bom espaçamento.

O livro traz ainda uma apresentação escrita por John Curran que explica os motivos para Agatha ter alterado o final do livro antes de sua publicação. A edição da Globo Livros traz tanto o final publicado em 1920, quanto o final original escrito pela autora.


PS: sem perceber, publiquei esta resenha no dia do aniversário da Agatha, que nasceu em 15 de setembro de 1890! Gostaria de registrar aqui os meus parabéns e agradecê-la por nos divertir com seus mistérios, investigações e personagens! Agatha, muito obrigada por ser a Rainha do Crime <3


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