3 de julho de 2012

O Jogo do Anjo (Carlos Ruiz Zafón)

Como amante da leitura desde meus 10 ou 11 anos, não consigo ficar muito tempo sem ter algum livro na minha cabeceira - às vezes mais de um - e detesto quando minha lista de leituras tem que ser adiada por conta das responsabilidades acadêmicas de faculdade... Mas chega de enrolação e vamos direto ao ponto, né?

O livro O Jogo do Anjo, do escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón, é aquele tipo de leitura que prende a atenção do leitor desde a primeira até a última página. A primeira obra que li de Zafón foi A Sombra do Vento e, justamente por ter adorado a leitura, fiquei bastante curiosa para ler outros trabalhos publicados. Tanto A Sombra do Vento, quanto O Jogo do Anjo fazem parte de uma trilogia - ou seria tetralogia? - de histórias que tem como cenário a Barcelona dos anos 1920 e 1930. É interessante mencionar que, apesar de independentes, as histórias se entrelaçam e podem ser lidas em qualquer ordem. Em ambos os livros, Zafón apresenta aos leitores lugares como o Cemitério dos Livros Esquecidos e a livraria Sempere e Filhos, lugares fascinantes que qualquer leitor assíduo teria um grande prazer em conhecer.

Narrado em primeira pessoa, O Jogo do Anjo traz a história de David Martín, "um jovem escritor caído em desgraça". Filho de uma família desestruturada - em que a mãe abandona o lar e o pai é um ex-combatente de guerra alcóolatra, violento e ignorante -, David encontrou nos livros o consolo para as mazelas de sua infância e, com o passar dos anos, decidiu que se tornaria um escritor. Já adolescente, encontrou o seu primeiro emprego em um jornal local - com a ajuda de Pedro Vidal, um grande amigo de família abastada -, onde cuidava da editoria de polícia. Mais tarde, passou a escrever pequenos contos policiais.

Após a saída do jornal, David passou a trabalhar para uma pequena editora, mal administrada e bastante desorganizada, que lhe encomendou uma série de livros policiais que teria que assinar sob um pseudônimo. Preso em tal situação, sem dinheiro para arcar com suas despesas básicas e morando em uma pensão que mais parecia um pulgueiro, David recebe uma proposta irrecusável feita por um editor estrangeiro chamado Andreas Corelli. O sujeito, que afirma conhecer o trabalho de David, lhe encomenda uma obra que poderá impactar os rumos da História e da humanidade e, em troca, oferece uma quantia imensurável em dinheiro e... algo mais que não irei revelar.

A partir de então, o leitor encontra uma série de mistérios meticulosamente elaborados e anseia por suas resoluções. Com personagens apaixonantes - como o Sr. Sempere e a jovem Isabella - O Jogo do Anjo traz uma estrutura narrativa impossível de explicar, porém extremamente envolvente. Em determinados momentos, Zafón pode ser bastante descritivo, até meio barrroco, em outros, narra uma sequência de ação digna de cinema. Com diálogos bem trabalhados e diretos, outro elemento que cativa na obra é o senso de humor do autor, carregado de sarcasmo. Quanto ao enredo, é difícil classificar em gênero. Em partes parece aventura, em outras parece suspense, terror, romance...É uma mistura de vários elementos e por isso, difícil de rotular. Particularmente, achei O Jogo do Anjo um tanto sombrio, em comparação com A Sombra do Vento, porém, não menos apaixonante.

Indico à todos aqueles que adoram passar horas e mais horas na companhia de um bom livro.✦

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