4 de agosto de 2021

Before The Coffee Gets Cold (Toshikazu Kawaguchi)

Sinceramente, não consigo me lembrar com exatidão de como e nem quando ouvi falar sobre Before the Coffee Gets Cold, de Toshikazu Kawaguchi, pela primeira vez. Talvez tenha sido alguma recomendação do podcast Books Unbound. De acordo com o Goodreads, adicionei o livro à minha lista de leituras em dezembro de 2020 e, assim que vi que o livro estava em promoção na Loja Kindle no mês passado, comprei e comecei a ler no mesmo dia. E assim, meus caros, conheci um dos meus livros favoritos de 2021!


Sobre o que é?
É sobre uma cafeteria chamada Funiculi Funicula, localizada em Tóquio e que funciona há mais ou menos um século. Mas não é exatamente uma cafeteria convencional, apesar de desempenhar essa função também. Acontece que é possível viajar no tempo nessa cafeteria, tanto de forma metafórica, já que ela tem um ar mais retrô, quanto de forma mais literal. Existem algumas regras que precisam ser seguidas e a principal delas é que a viagem só dura o tempo que leva até o café esfriar na xícara e o viajante precisa se certificar de beber todo o café antes que ele esfrie, do contrário, algo pode dar muito errado. Assim, diante da pergunta o que você mudaria se pudesse voltar no tempo?, acompanhamos as histórias de quatro personagens: uma mulher que confronta um amor que a abandonou, uma esposa que recebe uma carta escrita por seu marido antes de ele ter sua memória afetada por Alzeimer, uma mulher que quer ver sua falecida irmã uma última vez, uma mãe que quer ver a filha que nunca conheceu. São histórias separadas, mas que se conectam por meio dos personagens e da cafeteria.

O que mais gostei?
A premissa realmente diferente de tudo o que já li. Gostei da ideia da viagem no tempo aparecer sem muita explicação, é uma coisa muito mais próxima da fantasia do que da ficção científica - há quem diga que é realismo mágico -, e que não tem a capacidade de mudar o presente, o que difere da maioria das histórias com essa temática. Não é possível corrigir algum erro com o intuito de obter uma realidade melhor no presente, as coisas no agora irão permanecer exatamente como estão e, justamente por isso, toda a ideia de viajar no tempo traz um atrativo distinto. Os personagens viajam no tempo porque precisam curar alguma ferida, ressignificar algum acontecimento, perdoar à si mesmos ou aos outros. É mais sobre revisitar o passado para poder seguir em frente no futuro. 

Gostei que a narrativa é bem envolvente e descritiva na medida certa, de forma que parece inserir o leitor no cenário. A sensação enquanto estamos lendo é a de que estamos sentados em uma das mesas da cafeteria enquanto assistimos o desenrolar das histórias. De forma geral, toda a atmosfera do livro me pareceu bastante palpável, ainda que completamente impossível de existir na realidade. Os personagens são bem realistas e é fácil de se identificar com seus conflitos, de se colocar em seus lugares. Durante toda a leitura fiquei questionando o que eu faria se estivesse na mesma situação que eles, se minhas reações seriam as mesmas ou completamente diferentes. 

O que pode ser motivo para não gostar?
Talvez o fato de que não temos muitas explicações sobre o porquê de a viagem no tempo acontecer, como ela é possível, qual é a razão de só acontecer na cafeteria Funiculi Funicula. Tem também as regras que precisam ser seguidas, mas que podem não fazer muito sentido se pensarmos de forma mais racional. Acho que o leitor que busca explicações lógicas para os elementos mais fantásticos pode ficar meio frustrado. É necessário ter em mente que essas histórias não são sobre viagem no tempo, ainda que este seja um elemento importante.

Recomendo para quem?
Para quem busca leituras leves e aconchegantes, mas que também tragam um pouco de drama e momentos emocionantes. Para quem gosta da temática viagem no tempo e todas as suas possibilidades. Para quem gosta de histórias ambientadas em cafeterias ou que tragam esse tipo de estabelecimento. Para quem busca uma leitura descontraída e envolvente na medida certa para um fim de semana. Para quem gosta de café. 

Considerações finais
Existe uma continuação, Before the Coffee Gets Cold: Tales from the Café, e eu já adicionei na minha lista de futuras leituras. Infelizmente, ainda não existem traduções para o português de nenhum dos dois livros.

26 de julho de 2021

SÉRIE: Vampire Knight (Matsuri Hino)

Esse ano decidi que queria ler e conhecer mais histórias em formato de quadrinhos, já que três das minhas leituras favoritas em 2020 foram nesse estilo: Locke & Key, de Joe Hill e Gabriel Rodriguez, Tom Sawyer, de Shin Takahishi, e Vincent, de Barbara Stock. Ainda pretendo falar sobre essas experiências por aqui, mas achei que seria justo falar primeiro sobre Vampire Knight, de Matsuri Hino. Faço essa escolha não só porque finalmente concluí a leitura da série, depois de uma década, mas também porque este foi o primeiro mangá que li na minha vida e, justamente por isso, tenho bastante carinho por essa história.


Como conheci?
Foi lá pelos idos de 2007 ou 2008. Se não me engano a série já vinha sendo publicada aqui no Brasil há um tempo pela Panini e a minha irmã estava lendo. Era o auge do emo e da vampiromania resultante de Crepúsculo e, por essa razão, a série de Matsuri Hino também era um grande sucesso. Na época, eu não era muito interessada em mangás, ou quadrinhos de forma geral, e meu conhecimento de cultura pop do Japão se resumia a alguns animes que eu assisti na infância. O que me chamou atenção em Vampire Knight foi a arte, que achei realmente linda e cheia de detalhes. Assim, peguei emprestado da minha irmã e li todos os volumes que foram lançados até 2010, quando a autora precisou fazer uma pausa por questões de saúde e acabou demorando uns anos até retomar a série. Nesse período, eu entrei na faculdade e virei o tipo de pessoa sem tempo até para respirar e acabei deixando o mangá de lado. Até tentei retomar a série nos anos que se seguiram, mas só consegui fazer isso de verdade em 2020.

Sobre o que é?
Em linhas gerais, é sobre a tentativa de humanos e vampiros existirem de forma pacífica. Na história, vampiros existem há muitos anos e têm meio que uma hierarquia em sua sociedade, que também é cheia de regras que possibilitam o convívio entre si e com os seres humanos. Conhecemos os sangues-puros, que são os mais raros e meio que a realeza; tem também os nobres e os vampiros comuns. Além desses três tipos, conhecemos os ex-humanos e os Classe E - este último tipo sendo os mais perigosos, já que são completamente movidos pela sede e atacam humanos. Para evitar que esse tipo de coisa aconteça, há uma associação de caçadores de vampiros que atuam de forma meio que aliada com os vampiros para proteger os humanos, porém todo mundo se odeia. Em todo caso, vampiros e caçadores agem em comum acordo de não deixar que os humanos saibam da existência de vampiros e possam seguir suas vidas de forma normal.



1 de julho de 2021

O 2º trimestre de 2021: leituras recentes

Entramos oficialmente na segunda metade de 2021 e sigo achando esse ano muito esquisito, sem muita variação do que foi o ano passado. Assim, mais uma vez, as leituras têm sido uma ótima fonte de consolo, distração, diversão, etc etc etc. Os últimos três meses foram marcados por histórias que gostei de acompanhar e que foram, de forma geral, bastante satisfatórias. Tirando as duas leituras 2 estrelas, não tenho do que reclamar. E até elas não achei que foram perda de tempo, às vezes acontece de a gente se decepcionar com algumas leituras e tudo bem. Recomendo todas elas!


Outro aspecto que percebi quando escrevia a lista de leituras é que esse ano estou realmente me empenhando em ler mais quadrinhos/mangás e quero continuar fazendo isso no segundo semestre. Até porque tem muita coisa legal no Prime Reading e no Kindle Unlimited, então quero explorar mais esses catálogos. Também anotei as dicas que alguns de vocês que me acompanham me deram nos stories e, se possível, vou tentar ler algumas. Enfim, as leituras do segundo trimestre de 2021:


The Invisible Life of Addie Larue
, de V.E. Schwab | ★★★★
Um dos meus livros favoritos do ano! A ideia de uma jovem que vive em uma aldeia na  França do século 17 e que, para escapar de um casamento arranjado e um futuro nada promissor, acaba fazendo um pacto com um deus da floresta e acaba se tornando imortal é irresistível demais para mim. Adorei a ambientação da história e a escrita de V.E. Schwab realmente me encantou. É mágica e poética, muito bonita. Gostei que a narrativa não é linear e faz vários saltos entre épocas diferentes. Os personagens também são bem marcantes, principalmente os protagonistas. Acho que o Henry é o meu favorito e creio que todo leitor irá se identificar um pouco com ele. De forma geral, não tenho nada de muito negativo para falar sobre o livro e a principal ressalva que tenho é que em alguns momentos a narrativa realmente ficou arrastada e meio repetitiva, o que me fez perder um pouco de interesse. Eventualmente, o ritmo melhorou, mas tenho certeza de que uma edição poderia ter reduzido o número para algo razoável mantendo a essência da história. Sinto também que alguns pontos ficaram meio soltos, mas ao mesmo tempo fiquei com a impressão de que uma releitura pode trazer uma visão diferente. Terminei de ler já sabendo que iria revisitar a história em outra ocasião; adoro quando isso acontece!

Recomendo bastante a leitura, para que gostou de O Circo da Noite, de Erin Morgenstern, e Golem & O Gênio, de Helene Wrecker. 


Gótico Mexicano
, de Silvia Moreno-Garcia | ★★
O livro foi um dos mais populares, amados e recomendados do Goodreads em 2020 e era um dos que eu mais queria ler esse ano. Eu queria ter amado também, mas me decepcionei. Eu não sabia muito bem sobre o que seria a história e acho que isso contribuiu para a experiência; e, para ser justa, a leitura estava funcionando até pouco mais da metade. Gostei da ambientação no interior do México durante os anos 50 e de como a autora vai, aos poucos, construindo uma atmosfera de suspense e mistério bastante assustadora. É aquele tipo de história em que a gente não sabe o que está acontecendo durante boa parte do tempo e também não conseguimos confiar em ninguém. Contudo, depois do momento de reviravolta em que respostas começam a surgir a história começou a se perder para mim e meu interesse foi desaparecendo. Terminei a leitura meio na força do ódio apenas para saber como seria o desfecho.

Não acho que seja um livro ruim e gostei das escolhas que a autora fez. É algo diferente e com potencial, mas a execução, a meu ver, foi meio infeliz. Tudo meio corrido e sem espaço para um desenvolvimento. Também fiquei com a impressão de que a autora queria abordar vários temas, mas acabou só pincelando e quase nada teve um real aprofundamento. Isso me fez pensar se não teria sido mais interessante focar em apenas um aspecto e seguir só com ele. Por fim, um outro ponto que não me agradou - mas, nesse caso, é algo bem pessoal - foi a escrita de Silvia Moreno-Garcia. Não consegui me conectar, achei tudo muito seco e sem emoção. Em uma história em que a tensão, a angústia e o medo desempenham um papel - inclusive para compreender melhor os personagens e suas atitudes -  esse distanciamento acabou por prejudicar a experiência. Como disse, não achei um livro ruim, mas para mim não funcionou.


Cidade de Vidro, Cidade dos Anjos Caídos
 Cidade das Almas Perdidas, de Cassandra Clare | ★★★ ¹/²
Cassandra Clare e seu universo dos Caçadores de Sombras se tornaram uma espécie de porto seguro para mim, um lugar para o qual gosto de ir quando preciso de algum tipo de conforto enquanto acompanho histórias mirabolantes que nem sempre fazem tanto sentido e que trazem elementos e personagens que têm tudo para me agradar. Justamente por isso, não costumo prestar muita atenção ao que muita gente poderia considerar defeitos ou algo com potencial de tornar a obra algo menor. Acho que a Cassie criou um dos mais legais universos na literatura jovem de fantasia e se tiver que lamentar algo, que seja a minha pedância millennial de achar que séries YA não são dignas da minha atenção. Em todo caso, já tendo sido alertada por fãs ávidos das obras da Cassie, comecei a ler Os Instrumentos Mortais no ano passado com a plena consciência de que essa é a primeira série da autora e, por isso, é considerada por muitos a mais "fraca". Estou adorando. De fato, é notável a evolução da escrita da autora em seus trabalhos posteriores - só li a trilogia As Peças Infernais -, mas isso não quer dizer que seu primeiro trabalho não tenha encanto. Particularmente, adoro o fato de que é uma história que acontece nos tempos atuais, com personagens que têm celulares, andam de metrô e em alguns momentos lidam com situações bem corriqueiras do século XXI.

Sobre os três livros, gostei do encerramento da primeira fase com Cidade de Vidro e fiquei intrigada pelo que viria na segunda parte da série. Falando de forma muito sincera, não comprei o vilão e, de forma geral, achei a ameaça toda bem enfadonha. As histórias de Cidade dos Anjos Caídos Cidade das Almas Perdidas já estão misturadas na minha cabeça, então não tenho muito o que comentar de forma individual sobre cada um, exceto que gostei mais do livro 4; sinto que manteve o ritmo do anterior. Já o 5º volume foi bastante arrastado e acho que só não demorei mais porque aproveitei os momentos de afazeres domésticos para ouvir o audiobook. Clary e Jace se tornaram a parte de que menos gosto na história e, apesar de eles nunca terem sido os meus favoritos, nunca tive motivos para desgostar deles. Por outro lado, adoro as partes com Simon, Izzy, Maya e Jordan. Morri de preguiça do gancho de Cidade das Almas Perdidas, mas pretendo concluir a série antes do final do ano. 

Sailor Moon - volumes 1 e 2, de Naoko Takeuchi |  ★★★
No ano passado, movi céu e terra para conseguir completar a minha coleção de Sailor Moon, que comecei a comprar em 2014 e, desde então, apenas havia lido até o volume 4. Assim, como uma das minhas decisões para esse ano era continuar lendo quadrinhos e mangás e a minha coleção finalmente estava completa, me pareceu o momento oportuno para realmente me jogar nessa série. Apesar de ter assistido o anime na minha infância, não tenho tantas recordações da história e até já esqueci - ou nem sequer sabia! - alguns detalhes, de forma que tudo nessa experiência é praticamente novo. Ou assim espero a partir do momento que chegar no volume 5. Por enquanto, gostei de reler esses dois volumes para refrescar a memória; mais uma vez, não os achei excepcionais, mas, além do carinho pelos personagens e pela história, acho tudo muito lindinho e adorável. 

Ascensão, de Stephen King | ★★ ¹/²
Que livro esquisito! Acho que dá pra dizer que é um livro mais ~good vibes~ do King e, por isso, achei uma leitura válida. É uma daquelas histórias com uma premissa curiosa, mas que não entrega muitas explicações. No fim, a história funciona mais como um veículo para uma mensagem que o autor queria passar. Tem vários aspectos que podem ser vistos como metáforas para situações ou ações. Gostei da criatividade, me fez refletir. Mas acho que poderia ser mais longo, pois assim teria mais desenvolvimento dos personagens. Não achei (nem de longe!) a melhor coisa do Stephen King que eu li, mas não me arrependo de ter lido e nem sinto que perdi tempo. Gostei da narração do audiobook, que é feita pelo próprio autor. ❤️


Crema, de Johnnie Christmas & Dante Luiz | ★★★★
Que surpresa boa que foi essa graphic novel! Gostei da capa e já que estava disponível no Prime Reading, resolvi ler. Não sabia nada da história e acho que foi melhor assim; tudo foi uma surpresa bem envolvente. Gostei muito da ambientação no interior de Minas Gerais, do elemento sobrenatural e da vibe meio telenovela que a história traz. A arte é realmente bem bonita e me fez me sentir transportada para os cenários, fiquei com vontade de beber café toda hora também. O romance é bem fofo e gostei muito do casal, mas acho que poderiam ter desenvolvido um pouco mais pelo menos a parte do começo da relação, pois ficou parecendo um amor instantâneo. E acho que é nesse ponto que vem a minha única crítica: alguns momentos são muito corridos. Não chega a ser algo que atrapalhe a experiência, mas acho que teria sido legal ter um pouco mais de desenvolvimento de alguns personagens e de algumas situações. Queria saber mais do passado das duas protagonistas, principalmente da Esme. Ainda assim, adorei a leitura e recomendo! Eu também queria muito spin-offs com as histórias dos fantasmas de Bela Alvorada 😁

BECK - Mongolian Chop Squad -  volumes 1 - 11, de Harold Sakuishi | ★★★★★
Provavelmente a minha leitura favorita dos últimos três meses, definitivamente uma das melhores de 2021! Comecei a ler esse mangá despretensiosamente pelo Prime Reading e me apaixonei completamente pela história, pelos personagens, pelo humor, por tudo! Adorei a ideia de acompanhar a formação de uma banda de rock, os perrengues do início da carreira, assim como os mistérios relacionados a alguns personagens. A ideia do cachorro é ótima, eu vivo intensamente o sonho rockstar junto com o protagonista, morro de rir das situações nas quais ele se coloca ou é colocado...enfim, BECK - Mongolian Chop Squad é tudo para mim!

Ainda pretendo falar mais sobre essa leitura, até porque ainda tenho uns bons volumes para ler - ao todo, são mais de trinta e estão todos no Prime Reading/Kindle Unlimited -, mas enquanto esse dia não chega, fiquem apenas com a minha recomendação de uma história que mistura coming of age, slice of life, comédia, romance, mistério e rock. Leiam BECK, é bom demais. 


Laura Dean vive terminando comigo, de Mariko Temaki & Rosemary Valero - O'Connell | ★★
Lembro que quando essa graphic novel chegou aqui no Brasil, fiquei bem empolgada para ler, mas acabei perdendo o interesse com o passar dos meses. Se não fossem os comentários positivos da Ariel Bissett no podcast Books Unbound, acho que teria deixado para lá. Em todo caso, quando veio o Prime Day trazendo a versão digital por menos de dez reais, resolvi aproveitar e li no dia seguinte mesmo, de uma vez, e... acho que teria sido melho ter deixado pra lá mesmo. Não é nem que a graphic novel seja ruim, só achei mais do mesmo. Não sou o público ao qual a história se direciona, mas mesmo assim tentei compreender o porquê de tanto sucesso e, sinceramente, não entendi. Acho que talvez ela ressoe mais com o público adolescente, que ainda está se descobrindo e iniciando as suas primeiras experiências com relacionamentos. Além da arte lindíssima, gostei da representatividade e também do fato de que a autora aborda uma relação tóxica. Por outro lado, também senti que vários outros pontos levantados na história ficaram largados pelo caminho. No fim, foi apenas uma leitura ok.

18 de março de 2021

O primeiro trimestre de 2021: mudanças, novas intenções e leituras recentes

Março já está chegando ao fim e eu ainda não senti a menor disposição para sentar e gravar um vídeo conversando sobre o que li desde que 2021 começou, assim como as (muitas!) leituras que ficaram pendentes do ano passado. Ciente de que não tenho nenhuma obrigação e que o meu diário de leitura virtual é apenas uma coisa que faço como diversão e para registrar as minhas leituras, decidi aceitar as coisas como elas são e tentar me adaptar a esse estranho e imprevisível ritmo com o qual tenho operado. O canal está lá e não pretendo desativar nada em um futuro próximo, mas também não faço mais promessas de retorno. O que tiver que ser, será. Acho que uma das principais lições que aprendi desde que o mundo virou do avesso é que a gente precisa sempre respeitar o nosso ritmo, assim como nossos momentos e nossos ciclos. A vida é cheia de fases, nossas prioridades mudam e a gente tenta encaixar nossas paixões em novas rotinas do jeito que dá e da maneira mais saudável.

Ainda não sei como irei registrar as minhas leituras em 2021, mas sei que quero fazer algo um pouco mais consistente do que fiz no ano passado. Gosto de poder voltar aos meus registros de tempos em tempos para ver se algo mudou em minhas opiniões ou apenas para refrescar a memória que, depois de trinta décadas, já começa a falhar. A escrita e os blogs sempre foram as ferramentas com as quais me sinto mais confortável, aquelas com as quais tenho mais familiaridade, e é justamente por essas razões que é à elas que recorro agora. O mundo não está seguro e o momento é de desconforto, não há razão para complicar ainda mais as coisas tirando a leveza daquilo que sempre foi uma fonte de prazer e inspiração. Não sei se vai dar certo, mas quero tentar. 

***

Por aqui, o primeiro trimestre de 2021 foi marcado pela sensação de que nada mudou e que ainda estamos em 2020, o que me deixou bastante inquieta, frustrada e derrotada. Por isso, busquei leituras envolventes e, de forma geral, escapistas. A maioria de fantasia ou com elementos mágicos e/ou sobrenaturais, assim como algum aspecto de romance. Encontrei um dos livros mais legais que já li e forte candidato para a lista dos melhores do ano, fiz uma leitura realmente assustadora e comecei algumas que pretendo continuar nos próximos meses. Ao todo, foram 5 livros e 9 mangás - nenhum avaliado com menos de 3 estrelas, o que considero um indicativo de que foi um bom período de leituras.

Haroun e o Mar de Histórias
, de Salman Rushdie | ★★★★
O livro que escolhi sem muita cerimônia para iniciar o ano e não consigo pensar em uma obra melhor para isso. Aqui temos uma história de fantasia com um protagonista juvenil que sai em uma aventura e só isso já seria meio caminho andado para que eu gostasse do livro, mas Salman Rushdie foi além e entregou uma história cheia de metáforas e lições importantes, principalmente sobre a liberdade de expressão e o poder das histórias. Falei melhor sobre a leitura nesse post (que também postei no Instagram) e nesse vídeo de leituras recentes.

O Jardim das Palavras
, de Makoto Shinkai e Midori Motobashi (arte) | ★★★
Até agora não sei dizer exatamente o que achei desse mangá. Achei que faltou algo e que talvez por isso eu não tenha conseguido me conectar totalmente com a história, ou talvez o momento da leitura não tenha sido o mais favorável. Ou talvez essa seja uma daquelas histórias sobre as quais a gente não consegue ter uma opinião definitiva sobre tudo. Acho que irei reler em algum momento. O mangá é uma adaptação do filme de mesmo nome e acho que fui capaz de ter uma visão mais completa da história depois que assisti. Se tivesse que escolher, diria que prefiro o filme porque acho que as cores e a trilha sonora contribuem mais para a atmosfera melancólica e reflexiva da história. Porém, acho que para ter uma noção completa de tudo, seria interessante conhecer as duas obras, já que fiquei com a sensação de que elas se completam.

Vampire Knight
, de Matsuri Hino (volumes 12 a 19) | ★★★★
Depois de mais de dez anos, finalmente terminei de ler essa série. Gostei de algumas coisas, detestei outras. Alguns aspectos continuaram muito legais e outros envelheceram muito mal. No geral, gostei da experiência e de acompanhar a história, por mais confusa que ela tenha ficado nos últimos volumes. Vou sempre me lembrar de tudo com muito carinho porque foi o primeiro mangá com que tive contato. Ainda estou me decidindo se irei escrever algo sobre essa série, mas em todo caso quero deixar registrado que meus personagens preferidos são o Zero, o Aidou e o diretor Kurosu.

The Southern Book Club's Guide to Slaying Vampires
, de Grady Hendrix | ★★★★★
O livro foi lançado no primeiro semestre de 2020 e desde então, eu estava bem curiosa. Fiquei adiando a experiência e optei por conhecer o autor por meio de um livro anterior, My Best Friend's Exorcism, que acabou sendo um dos meus favoritos do ano passado e me fez colocar Grady Hendrix na lista de autores para ler mais em 2021. Depois de finalmente ler, preciso dizer que o hype é merecido. O livro é ótimo, não só por ser bastante envolvente, mas também por trazer camadas que vão além daquilo que estamos lendo. É um thriller de vampiro, mas é bem mais que isso. Um dos meus favoritos do ano, pretendo falar mais sobre ele no futuro.

Helter Skelter - The True Story of  the Manson Murders
, de Vincent Bugliosi e Curt Gentry | ★★★★★
Gosto muito de ler e assistir coisas sobre os anos 1960 nos Estados Unidos, principalmente sobre o fim da década, os movimentos de contracultura, as músicas, a moda, etc. Assim, era apenas uma questão de tempo até que eu chegasse à Família Manson e ao livro que, até onde sei, é a obra mais completa sobre os assassinatos Tate-LaBianca e os julgamentos dos assassinos. Há anos queria ler o livro e todas as expectativas criadas foram atingidas, pois valeu cada instante da longa leitura. É um livro exaustivo em alguns momentos, mas é muito interessante e envolvente. Já escrevi sobre ele aqui e recomendo bastante para quem gosta de true crime ou se interessa pelo assunto.

Anexos
, de Rainbow Rowell | ★★★
Depois de dois livros mais grotescos, precisei buscar algo mais leve na estante e finalmente reencontrei a Rainbow Rowell. Anexos foi uma leitura gostosinha, aquela comédia romântica que aquece o coração e a que faz a gente torcer pelos personagens. Adorei a forma como a autora estruturou a narrativa e também a ambientação no fim dos anos 1990. Esse foi o primeiro trabalho que li da autora que não é direcionado ao público jovem adulto e fiquei feliz ao perceber que sigo gostando do do estilo dela e de suas histórias. Fiz esse post com as coisas que mais gostei no livro e agora estou determinada a ler os outros trabalhos da Rainbow que ainda não li.

The Brightest Star in the North - The Adventures of Carina Smythe
 (Meredith Rusu) | ★★★
Comprei esse livro companion quando o filme mais recente da franquia Piratas do Caribe estava para estrear nos cinemas em 2017; por ser um prequel, a intenção era ler antes de assistir ao filme, mas só fui tirar o livro da estante no último fim de semana. Acho que foi melhor assim, já que a última parte é praticamente uma romantização do filme e, por isso, é cheia de spoilers. Em todo caso, gostei da leitura. Não por ser algo excelente, mas por ser exatamente aquilo que se propõe a ser: uma história de origem da personagem Carina Smythe. Aqui é possível compreender melhor as motivações dela e o que a leva ao ponto em que a conhecemos no início do filme, gostei de alguns diálogos e vou carregar várias citações para a vida. Foi uma leitura divertida, que me transportou para um universo que eu adoro e me deixou com vontade de pesquisar mais livros com piratas.

17 de março de 2021

COISAS QUE GOSTEI: Anexos (Rainbow Rowell)

Anexos foi publicado em 2011, é o primeiro romance de Rainbow Rowell e o terceiro trabalho dela que eu li. Assim como as leituras anteriores, essa também foi leve, divertida, envolvente e atingiu as minhas expectativas. É uma ótima comédia romântica bem no estilo das que eram feitas nos anos 90 e, como acontece nesses casos, alguns aspectos não envelheceram bem e podem ser problematizados atualmente. Contudo, não é isso que vim fazer hoje - e nem pretendo fazer em outro momento, desculpem - e prefiro destacar os pontos que mais gostei da leitura.

Acontece na virada para os anos 2000
A história é ambientada no final dos anos 90 e é cheia de referências da época, a mais marcante sendo o episódio que ficou conhecido como 'o bug do milênio'. Foi muito nostálgico lembrar desse momento e, ao mesmo tempo, me divertir com os comentários e receios dos personagens a respeito disso.

Referências cinematográficas
Beth, uma das protagonistas, é crítica de cinema e fala bastante sobre filmes, principalmente os que estão em cartaz e que ela precisa assistir à trabalho. Alguns exemplos de filmes citados: Mens@gem para você, Matrix e Pokémon: o filme. Eu adoro quando livros fazem referências a outras obras, então essa característica me agradou bastante e fiquei com vontade de assistir vários dos filmes.

Troca de e-mails
A história é contada de duas formas e uma delas é a troca de e-mails entre Beth e sua amiga Jennifer. Esse aspecto foi um dos que mais me agradou, já que é praticamente por conta das mensagens que elas trocam que o leitor consegue ter uma visão de como são as suas vidas, seus anseios e os obstáculos que precisam enfrentar. Além de ser muito divertido acompanhar os comentários que elas fazem sobre a redação do jornal, as novas regras, os outros funcionários, etc. A amizade delas é a parte mais legal do livro todo!

Mocinha bastante segura e mocinho inseguro
Na maioria das comédias românticas que eu me lembro de ter assistido/lido, a protagonista é normalmente uma jovem mulher meio perdida e que ainda está se descobrindo, enquanto o protagonista é um cara super confiante e que já sabe o que quer da vida. Gostei que em Anexos é ao contrário. Ainda que Beth e Jennifer tenham suas questões e passem por situações que transformam suas vidas e com as quais aprendem algo, sinto que é com o Lincoln que a gente companha um processo de amadurecimento e autoconhecimento. Gostei de acompanhá-lo nessa jornada.

As coisas acontecem em um ritmo natural. 
Uma das coisas que mais me incomodam em romances é o amor instantâneo e, felizmente, isso não acontece em Anexos. Acho que a história toda acontece durante o período de um ano e, junto com outros desafios nas vidas dos protagonistas, também acompanhamos o surgimento de seus sentimentos, todo o processo de se apaixonar, as inseguranças em relação a isso, etc. É tudo bem devagar e isso faz a gente se envolver com a história e torcer pelo casal.

Recomendo a leitura de Anexos para quem gosta de comédia romântica e está procurando algo leve e descontraído para ler. Acho que é uma boa opção para quem é fã dos filmes da época e do seriados Sex and the City e  Friends.

9 de março de 2021

Helter Skelter (Vincent Bugliosi & Curt Gentry)

Helter Skelter
 entrou para a minha lista de leituras há anos e depois de muito esperar uma edição brasileira, desisti e resolvi ler em inglês. Foi uma leitura longa e desafiadora - tanto pelo tema, quanto pelos trechos recheados de termos e conceitos jurídicos. Ainda assim, gostei bastante.

Publicado em 1974, o livro foi escrito por Vincent Bugliosi, o promotor do caso Tate-LaBianca, em parceria com Curt Gentry, e apresenta as investigações dos crimes cometidos por Charles Manson e sua "Família" em agosto de 1969, assim como a construção do caso da promotoria e, posteriormente, o julgamento de todos os criminosos. Ao longo dos anos, o livro recebeu algumas atualizações e a mais recente é de 1994. Mesmo já datada, creio que essa versão ainda seja a fonte mais completa sobre o caso que temos até o momento. E aqui acho importante frisar que o foco principal do livro é mantido nos acontecimentos posteriores aos crimes, ainda que os autores apresentem um pouco da história das vítimas, dos assassinos e da Família Manson, assim como sua dinâmica, para que o leitor possa compreender melhor o contexto em que tudo aconteceu.

It was so quiet, one of the killers would later say, you could almost hear the sound of ice rattling in cocktail shakers in the homes way down the canyon.


O início do livro se tornou um dos meus favoritos. Gostei muito de como as primeiras páginas constroem um cenário e é possível sentir a atmosfera de tensão. O leitor sabe que algo horrível vai acontecer e só resta aguardar para saber como tudo vai se desenrolar. Mesmo sabendo que é uma história real, os primeiros capítulos parecem ficção, tanto pela maneira quase cinematográfica como as cenas são apresentadas, quanto pelo aspecto surreal que tudo parece ter. As descrições das cenas dos crimes parecem retiradas de um filme de terror e as fotografias que acompanham o livro (devidamente censuradas) só comprovam isso.

Gostei de acompanhar as investigações e os comentários de Bugliosi expõem os diversos erros cometidos pela polícia, as diferenças de abordagem entre as duas equipes - no início, acharam que os crimes não estavam relacionados - e, de certa forma, a má vontade que algumas pessoas pareciam ter para simplesmente fazer o trabalho. Uma vez que é uma narrativa em primeira pessoa, fica difícil saber se a falta de profissionalismo da polícia é 100% real ou se há um pouco de ranço por parte do narrador. Contudo, não dá para não simpatizar com ele em alguns pontos, já que a negligência nas investigações trouxe empecilhos para construir o caso, que por si só já era complicado. Achei particularmente interessantes os capítulos em que o autor fala sobre a dificuldade de encontrar um motivo para os crimes e, uma vez que encontrou, a dificuldade ainda maior de explicar o Helter Skelter (a filosofia de vida de Manson, as "mensagens subliminares" nas músicas dos Beatles, a guerra racial nos EUA, etc. ) para o juri de forma convincente.

Apesar de começar com um ritmo acelerado, o livro se torna lento e até um pouco cansativo depois da metade. Isso ocorre porque o autor relata de forma bem completa e específica todos os acontecimentos até o momento da condenação dos assassinos. Ainda assim, não deixa de ser interessante, principalmente porque senti que foram nesses trechos que o autor conseguiu deixar bem clara a influência que Manson exercia sobre seus seguidores. Mesmo preso e sendo julgado, ele deu muita dor de cabeça para a promotoria e atrapalhou o julgamento até onde conseguiu.

Por fim, outro ponto que me surpreendeu veio já nos capítulos finais quando o autor começa a listar crimes relacionados à Família Manson. São mais de trinta e alguns seguiam sem solução até a época da publicação do livro. Helter Skelter foi, sem sombra de dúvidas, uma das leituras mais marcantes que fiz, será provavelmente um dos favoritos do ano e, apesar de exaustivo em alguns momentos e irritante também (principalmente quando o autor começa a falar de um jeito pedante sobre os advogados da defesa), recomendo para quem se interessa por true crime, histórias de tribunal, o fim dos anos 1960, histórias bizarras de Hollywood e pela Família Manson.

19 de janeiro de 2021

Haroun e o Mar de Histórias (Salman Rushdie)

Haroun e o Mar de Histórias
, de Salman Rushdie, estava no Kindle aguardando para ser lido desde 2017 e seu momento finalmente chegou quando o escolhi para marcar o início do meu 2021 literário. Se a primeira leitura do ano for um indicativo do que os livros me trarão nos próximos meses, já posso ficar feliz, pois a experiência de leitura foi ótima!

Publicado em 1990 e recheado de metáforas e elementos fantásticos,  o livro nos apresenta ao garoto Haroun, que embarca em uma jornada pelo Mar de Histórias para ajudar seu pai, Rashid, a recuperar o dom da palavra.  Apesar da sinopse breve, esse é um livro sobre muitas coisas e cheio de significados.

Logo no início, já fui fisgada pela escrita do autor, que aqui é muito divertida e cheia de bom humor, utilizando trocadilhos e um pouco de ironia também. Por conta dos elementos mágicos  - vi pela internet que muitos consideram a obra como Realismo Fantástico - e a maneira como os acontecimentos são contados, a sensação que tive o tempo todo era a de que estava lendo uma fábula e que o livro, apesar de direcionado ao público infanto juvenil, também traz lições valiosas para os adultos. Ah, sim, e eu com certeza deixei passar várias das mensagens escondidas nas entrelinhas, pois estava curiosa para saber como a aventura iria terminar.

Após concluir a leitura, fiquei interessada em saber mais sobre Salman Rushdie e pude compreender melhor o contexto em que o livro foi publicado e, com isso, passei a atribuir à obra um valor ainda maior. A publicação de seu livro anterior, Versos Satânicos, gerou controvérsias pois foi considerado uma blasfêmia contra o Islã pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, que ordenou a sua execução. Assim, Salman Rushdie passou a viver no anonimato, sempre escoltado e fazendo raras aparições ao longo dos anos. Contudo, mesmo perseguido, o autor continuou escrevendo e Haroun e o Mar de Histórias foi a sua primeira obra publicada após a ordem de execução. Afastado da família, ele escreveu o livro com o intuito de ensinar o seu filho, na época ainda criança, a importância da liberdade de expressão.

Afinal de contas, o que são essas histórias todas? A vida não é nenhum livro de histórias, nem uma loja de piadas. Todo esse divertimento ainda vai acabar mal! E pra que servem essas histórias que nem sequer são verdade?

"E pra que servem essas histórias que nem sequer são verdade?"  é um questionamento com o qual o leitor depara algumas vezes ao acompanhar a jornada de Haroun. Fiquei pensando nessa pergunta e também nas reflexões levantadas e ensinamentos transmitidos pela obra de Rushdie e de tantos outros autores com quem cruzei nessa minha caminhada de leitora. Para que servem as histórias? Qual é o propósito da ficção?

Muito mais do que entreter e proporcionar escapismo em momentos difíceis, penso que as histórias nos ensinam sobre nós e nos ajudam a compreender melhor quem fomos, quem somos e quem podemos ser. Elas nos apresentam ao mundo, com todas as suas imperfeições e diferentes realidades, e nos ensinam sobre o passado e sobre o presente. As histórias nos permitem enxergar os problemas e nos apresentam soluções. Por meio das histórias podemos experienciar o poder da imaginação e também entender a sua importância. As histórias são muito poderosas, elas plantam sementinhas de novas ideias na mente do leitor.  E as mais fortes sempre carregam um enorme potencial para mudanças. Deve ser por isso que tanta gente tem medo delas. Imagino que sejam realmente assustadoras para aqueles que gostam de silenciar e têm aversão à transformação.

Enfim, o livro me fez pensar nessas coisas e imagino que uma releitura, além de me fazer enxergar mais aspectos na história, também me levará à novas reflexões. Creio que os melhores livros façam isso com a gente. Agora, depois dessa primeira experiência bem sucedida, definitivamente pretendo ler outras obras do autor; estou curiosa para saber como são seus livros para o público adulto. Espero que o ano literário de vocês tenha começado tão bem como o meu e, claro, fica aqui a recomendação para que vocês leiam Haroun e o Mar de Histórias.