8 de janeiro de 2016

As melhores leituras de 2015

Ano novo, vida nova, leituras novas! Mas antes disso, vou recordar as histórias que marcaram o meu 2015 e encarar a difícil missão de escolher aquelas que farão parte do ~seleto~ grupo de favoritas. Os dez livros que escolhi não estão em ordem de preferência e aparecerão na ordem em que os li.

O garoto no convés, de John Boyne
Se em janeiro de 2015 me perguntassem se esse livro seria um favorito, eu provavelmente diria que não, porque achei a leitura bastante cansativa em algumas partes. Porém, conforme os meses foram passando percebi que o problema estava comigo e, talvez, com o momento da leitura. "O garoto no convés" é um romance de formação e de aventura marítima baseado em fatos históricos que traz um desenrolar mais lento, porém necessário para a compreensão da dimensão e do impacto dos acontecimentos da vida do protagonista, John Jacob Turnstile.

Razão e sensibilidade, de Jane Austen
Jane Austen aborda uma das principais oposições ideológicas da natureza humana, razão x emoção, ao apresentá-la nas personalidades das personagens que protagonizam seu romance. A história das irmãs Dashwood, tão diferentes em suas maneiras de pensar e enxergar o mundo, além de mostrar a busca por um final feliz, é recheada de ironia, humor e críticas à sociedade inglesa do século XIX. Clássico para ler e reler várias vezes. 

O livro selvagem, de Juan Villoro
Como não amar um livro sobre o poder dos livros? A história de Juan, que vai passar uns dias na casa/biblioteca do excêntrico tio Tito, me ganhou logo nas primeiras páginas. Mais do que trazer uma história de mistério, o livro trata da descoberta do mundo literário, do poder que os livros têm de transformar as nossas vidas e, principalmente, de como podem dizer exatamente aquilo que precisamos escutar em momentos específicos. Tudo isso com elementos de fantasia. Por favor, leiam esse livro. 

As aventuras de Robin Hood, de Alexandre Dumas
O segundo livro que mais me fez companhia em 2015 não poderia ficar de fora da lista. Adorei poder ter contato com Robin Hood pelas visão de Alexandre Dumas, que nos apresenta a história do príncipe dos ladrões desde o seu nascimento até o momento de sua morte. O que mais gostei de observar foi a construção do mocinho-bandido, que surge como o típico herói até que se transforma no ladrão que tira dos ricos para dar aos pobres. 

Viva a música!, de Andrés Caicedo
Conhecem a expressão "live fast, die young"? Tudo neste livro me lembra dela, desde a história do autor Andrés Caicedo - que cometeu suicídio aos 25 anos - até a vida frenética que a protagonista de seu livro leva pelas ruas e festas de Cáli. Com fortes influências da literatura beat dos anos 1950, "Viva a música!" é um clássico colombiano e um culto à juventude alucinada e desenfreada. 

Por lugares incríveis, de Jennifer Niven
Qualquer livro que me faça sentir como se tivesse levado uma facada no coração, me deixe com uma profunda vontade de chorar e me faça pensar na história por dias merece estar em uma lista de favoritos. E este talvez seja o favorito do ano. "Por lugares incríveis" tem um título e uma capa fofos e que sugerem uma história igualmente adorável, mas isso é um engano. É um livro sobre depressão, sobre angústia, sobre não enxergar possibilidades. Achei que iria ler mais um YA genérico com adolescentes problemáticos e acabei me surpreendendo. 

Androides sonham com ovelhas elétricas?, de Philip K. Dick
Nunca fui fã de "Blade Runner" e até passar a fazer parte do booktube, não fazia ideia de que o filme era baseado em um livro. A história futurística que apresenta um planeta Terra devastado por uma terceira guerra mundial que obrigou parte da humanidade a migrar para diferentes planetas é bastante intrigante. Além do cenário pós-apocalíptico e da presença de androides, o livro também levanta reflexões sobre a natureza humana e sobre o que define um ser humano como tal. 

Til, de José de Alencar
Se contassem para a Michelle vestibulanda de 17 anos que um dia ela iria se apaixonar por um livro escrito por José de Alencar, ela diria que era uma enorme e absurda mentira. Pois bem, agora estou aqui para provar que é verdade e dizer que "Til" é um dos romances clássicos brasileiros mais bonitos, interessantes e envolventes que eu já li (não foram muitos, eu sei). Com uma estrutura não linear, uma atmosfera de mistério e cara de novela das seis, o livro não só me cativou como me fez cogitar procurar outros trabalhos do autor. 

O sol é para todos, de Harper Lee
Este é mais um dos livros que conheci por causa do booktube. É um clássico do século XX que se tornou bastante conhecido por tratar da questão racial nos Estados Unidos, mas que vai muito além disso e levanta também questões sobre desigualdade social, diferença de gênero e sobre a importância da educação para a formação do ser humano. Tudo isso sob a perspectiva de uma criança. Apesar de a leitura não ter tido tanto impacto para mim - pois já li outras obras com temáticas parecidas -, foi uma experiência muito válida. 

A Guerra dos Tronos, de George R.R. Martin
Confesso que fiquei na dúvida se colocaria este livro na lista, mas no fim optei por fazê-lo. Assisto "Game of Thrones", então já sabia do desenrolar dos acontecimentos e das reviravoltas; ainda assim, a experiência de leitura foi excelente! Tudo o que eu já admirava na série de TV ganhou uma dimensão muito maior quando tive contato com a história em seu formato original e pelas palavras de George R.R. Martin. Além do universo rico em detalhes, os personagens de "As crônicas de Gelo e Fogo" são bem construídos, bem humanos e cativantes.