28 de maio de 2014
O Inimigo Secreto (Agatha Christie) | Tommy & Tuppence, livro #1
23 de maio de 2014
A Filha do Louco (Megan Shepherd) | The Madman's Daughter, livro #1
Ambientado na Londres do século XIX, A filha do louco, de Megan Shepherd, apresenta o leitor à Juliet Moreau, uma jovem de 16 anos que, após um escândalo envolvendo seu pai - o famoso e importante Dr. Moreau -, teve a sua vida alterada completamente. Após graves acusações, o Dr. Moreau perdeu o direito de exercer a medicina e desapareceu, deixando para trás sua esposa e a pequena Juliet que, na época, tinha apenas dez anos.
Seis anos depois, Juliet é uma órfã sem dinheiro algum e que sobrevive como faxineira e arrumadeira de um laboratório da faculdade de medicina. Em meio a muitas humilhações - incluindo assédio sexual e tentativas de estupro -, Juliet tenta esquecer os rumores acerca de seu pai e das possíveis atrocidades que ele possa ter cometido, ao mesmo tempo em que demonstra bastante interesse e conhecimento em medicina.
Quando a sua vida parece ter atingido um ponto sem esperança alguma, ela acidentalmente reencontra Montgomery, um rapaz de 18 anos que costumava trabalhar como assistente de seu pai. Intrigada com súbito aparecimento de Montgomery e seu estranho criado e, mais ainda, com um mapa anatômico que apareceu na faculdade de medicina, Juliet resolve investigar; e descobre que o Dr. Moreau ainda vive e está exilado em uma ilha tropical bastante remota e exótica, onde realiza estranhas experiências.
Cheia de dúvida, curiosidade e certeza de que nada tem em Londres, Juliet resolve embarcar junto com Montgomery em um barco rumo à ilha em que seu pai vive. No meio da viagem, a tripulação encontra Edward, um náufrago à beira da morte que acaba sendo resgatado e levado para a ilha também.
[diálogo simulado]- Você gostaria de tomar chá? - Ele me perguntou enquanto segurava o bule e apontava para a xícara com o olhar.
- Sim, eu adoraria. - Respondi enquanto o observava colocar o chá em minha xícara e depois entregando-a em minhas mãos. A água fervia, assoprei, na esperança de que esfriasse.
17 de maio de 2014
A culpa é das estrelas (John Green)
Quando tinha 13 anos, Hazel Grace foi diagnosticada com um câncer terminal na tireoide que evoluiu para uma metástase pulmonar; após três anos em tratamento com uma droga revolucionária, o estágio da doença estagnou e Hazel, prestes a completar 16 anos, tendo que andar com um cilindro de oxigênio e uma cânula no nariz, está conformada com a sua situação. Sua mãe, a Sra. Lancaster, por sua vez, não aceita que a filha passe os dias trancada em casa, apenas lendo e assistindo America's Next Top Model, ao invés de socializar com outras pessoas e, de certa forma, aproveitar os dias que tem.
Dessa forma, por insistência de sua mãe, Hazel começa a frequentar um grupo de apoio à crianças com câncer. Em um dos encontros semanais, ela conhece Augustus Waters, ou Gus, um rapaz de 17 anos que, após perder uma perna para o osteosarcoma (câncer nos ossos), se considera um sobrevivente. Hazel e Gus, que logo se tornam próximos, são muito parecidos; ambos tem muito senso de humor e preferem fazer piadas a respeito do câncer a se renderem à doença.
Apesar da situação que vivem, os dois tentam viver a vida como qualquer adolescente: assistem a filmes, passam horas ao telefone, jogam video game e gostam bastante de ler. Hazel é completamente obcecada por Uma aflição imperial, de Peter Van Houten, um escritor americano de origem holandesa que, depois da publicação de seu romance, se tornou um homem muito recluso e se mudou para a Holanda. O livro termina de forma abrupta, o que deixa Hazel inconformada, criando inúmeras possibilidades para o desfecho da história. Após apresentar a obra a Augustus, os dois passam a se corresponder com o autor com a esperança de descobrir o destino dos personagens.
16 de maio de 2014
Sobre releituras | Vida de Leitora #03
Eu, particularmente, não tenho absolutamente nada contra releituras. É sempre bom poder visitar um universo familiar e reencontrar personagens que nos marcaram. Li O Hobbit em 2008 e lembro de ter achado o livro muito legal, cheio de aventura e magia; recentemente, li novamente antes de assistir ao primeiro filme e, apesar de não encontrar nada de diferente na releitura, continuo achando o livro uma obra-prima da fantasia. Algo mais ou menos parecido aconteceu quando li novamente O grande Gatsby e O apanhador no campo de centeio. Ao contrário do que aconteceu com o exemplo anterior, durante a releitura pude compreender essas obras de forma mais abrangente e constatar que mesmo com o passar dos anos, aquelas histórias continuavam a falar comigo e que a cada possível releitura encontraria novos aspectos a serem explorados nelas.
Outro ponto que acho bastante válido na releitura é considerar aquela ideia de "momento certo" para conhecer uma história. Às vezes, a gente lê um livro e não acha nada de interessante e até não entende por que tanta gente ama determinada história; com a releitura, é possível que essa opinião mude. Nesse caso, muito depende também das experiências vividas e da maturidade adquirida entre a leitura e a releitura. Li O pequeno príncipe quando tinha dez anos e, na época, não entendi quase nada, pois a minha interpretação da história era bastante literal. A partir da releitura que fiz quase dez anos depois foi possível enxergar inúmeros aspectos na obra de Antoine de Saint-Exupéry que passaram completamente despercebidos por meus olhos infantis. Dessa forma, a releitura me fez conhecer "de verdade" a história do pequeno príncipe e, a partir de então, considerá-lo um dos meus livros preferidos. A releitura nos permite redescobrir histórias e amá-las.
Por um outro lado, consigo compreender a visão de quem não tem o hábito de reler livros. Existem tantas histórias e universos a serem descobertos que muitas vezes optamos por explorá-los ao invés de revisitar mundos já conhecidos. Infelizmente, o tempo é curto e vai ser muito difícil ler tudo o que há para ler no mundo, por isso, é justo priorizar aqueles livros que ainda não foram lidos. E há também o fato de que quando já se tem o conhecimento do desenrolar e do desfecho de uma história, muito da graça da releitura é perdido. Afinal, como se envolver com um mistério policial se já sabemos quem é o assassino? No meu caso, sei que jamais irei reler E não sobrou nenhum, um dos meus preferidos de Agatha Christie, pois já sei como a história acaba.
Acredito que tudo depende muito do que estamos procurando quando optamos por uma releitura, seja a certeza de encontrar uma história envolvente ou um porto seguro literário, seja a compreensão de uma história que não ficou muito clara ou até uma nova interpretação de um livro a partir das experiências que vivemos. Continuo firme na minha defesa das releituras, pois acho-as muito válidas, mas também preciso ressaltar a importância de continuar a buscar novos horizontes literários, pois novas experiências nos permitem abrir as nossas mentes para novas ideias, assim como para o nosso crescimento e nosso amadurecimento intelectual.
13 de maio de 2014
Felizmente, o leite (Neil Gaiman)
Felizmente, o leite, de Neil Gaiman, tem início quando um menino e sua irmã acordam uma manhã e percebem que não há leite na geladeira. Como a mãe das crianças estava viajando à trabalho, cabe ao pai ir ao mercado e trazer o leite para possam ter um café-da-manhã apropriado: cereal com leite para as crianças e chá com leite para ele.
Após a saída do pai, as crianças aguardam ansiosamente por seu retorno, que demora a acontecer. Quando, finalmente, o pai chega em casa, as crianças começam a questionar o longo tempo que gastou para comprar o leite e o pai começa a explicar as aventuras que viveu nas últimas horas, começando por sua abdução por alienígenas em um disco voador e um encontro com um dinossauro em um dirigível. Quanto mais as crianças duvidam, mais mirabolante a história se torna, envolvendo piratas , wampiros e viagem no tempo.
Já devo ter comentado por aqui ou pelo canal que não tenho problema algum com livros infantis; na verdade, os acho, em sua maioria, bastante divertidos. E com Felizmente, o leite não poderia ser diferente. O que mais me impressionou - além da escrita de Gaiman - é a forma como o autor construiu a história sem jamais subestimar a capacidade de compreensão de uma criança.
Não sei vocês, mas considero viagem no tempo um tema complexo e que nem sempre é bem desenvolvido em uma história - seja ela na literatura, no cinema ou na televisão -, por isso, quando encontro alguma obra que apresenta essa temática com todos os nós amarrados fico bastante feliz. E Neil Gaiman fez isso muito bem, o que só continua a provar que o cara é excelente para escrever episódios de Doctor Who.
Além da ótima construção do conceito de viagem no tempo, o livro traz uma história bastante divertida e narrada por dois personagens. Primeiro, o filho, que conta ao leitor sobre a falta de leite na geladeira e, posteriormente, sobre a demora do pai para voltar para casa; depois, temos o pai narrando as suas aventuras e viagens no tempo. Ou seja, temos aqui uma história dentro de outra história e este é um recurso que funcionou muito bem. Outro aspecto que vale a pena mencionar é o humor na narrativa, acompanhado por muitos diálogos irônicos - o que, mais uma vez, mostra que Neil Gaiman não subestima seus leitores.
Quanto às aventuras narradas, o leitor mais familiarizado com o trabalho do autor, já pode ter uma noção do que vai encontrar: captura por piratas comandados pela Rainha dos Piratas, dinossauros falantes, aliens com constituições corporais semelhantes as de amebas e por aí vai. É um trabalho bastante criativo. Os personagens são bastante carismáticos, destaque especial para Professor Steg e o clã de wampiros.
Ao concluir a leitura, fiquei com uma sensação gostosa de nostalgia e imaginando que legal teria sido poder ler esta história quando era criança. É uma pena que o livro só tenha sido publicado no ano passado. Fica aqui uma recomendação de leitura muito legal para crianças e para aqueles que, como eu, adoram livros infantis. ✦
7 de maio de 2014
O segredo do meu marido (Liane Moriarty)
O segredo do meu marido, da australiana Liane Moriarty, traz as histórias de três mulheres cujas vidas se entrelaçam por um segredo. Cecilia Fitzpatrick é o exemplo de mulher bem sucedida: tem um bom trabalho, é uma excelente mãe e esposa, além de uma participante ativa e bem vista na comunidade da qual faz parte. Porém, seu mundo desaba quando encontra uma carta de seu marido endereçada à ela e com os dizeres: "Para minha esposa, Cecilia Fitzpatrick. Para ser aberta apenas na ocasião da minha morte". A partir do momento em que toma conhecimento de tal carta, a curiosidade de Cecilia apenas cresce até culminar no instante em que decide por fim ao mistério e desvendar o mistério de John - Paul, seu marido.