21 de novembro de 2013

O Trono de Fogo (Rick Riordan) | As Crônicas dos Kane, livro #2

Três meses após os acontecimentos em A Pirâmide Vermelha, Carter e Sadie Kane estão de volta à Casa do Brooklin, onde agora desempenham a função de professores, ensinando o caminho dos deuses para aqueles que, como eles, também tem o sangue dos faraós.

Já no início da história, acompanhamos os irmãos Kane acompanhados por dois de seus melhores estudantes, Jaz e Walt, além de Khufu, o babuíno, em uma missão: invadir o Museu do Brooklin no meio da noite, durante uma festa, para "pegar emprestado" um artefato egípcio sem serem pegos. O tal artefato é, na verdade, uma parte do Livro de Rá, Deus Sol há muito tempo aposentado e desaparecido. O objetivo dos jovens magos é juntar as três peças do Livro de Rá, na esperança de assim poderem encontrá-lo a tempo de derrotar Apófis, o Deus do Caos, que ameaça retornar, engolir o Sol/Rá e mergulhar o mundo em...caos.

O único problema no plano dos irmãos Kane é o fato de que ninguém - nem mesmo os deuses! - sabe onde Rá está, nem como encontrá-lo. Até mesmo com a recuperação do Livro de Rá, não há garantia de que o deus possa mesmo ser encontrado, já que nunca nenhum mago realizou um feitiço tão poderoso quanto o que está no livro. Para piorar a situação, a Casa da Vida está em conflito: parte dos magos acredita nos Kane e outra parte acha que eles devem ser punidos por praticarem magia e o caminho dos deuses. O chefe da Casa da Vida, Michel Desjardins está de volta e continua sem acreditar que Apófis está tentando escapar de sua prisão. Além dele, Carter e Sadie ainda terão que enfrentar outro mago poderoso: Vladmir Menshikov, líder do Décimo Oitavo Nomo, que, assim como Desjardins se recusa a acreditar nas histórias dos Kane e é conhecido por ser um homem um tanto obscuro, sinistro.

Com mais uma missão ~impossível~, Carter e Sadie Kane precisarão correr contra o tempo para salvar o mundo de um futuro terrível. Durante a jornada, como é de se esperar, os irmãos irão enfrentar alguns obstáculos, conhecer novos amigos e inimigos e decifrar alguns mistérios. No fundo, o livro traz aquilo que o narrador da Sessão da Tarde chamaria de uma turminha do barulho aprontando altas confusões. E não entenda isso como algo ruim, caro leitor, porque não é.

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Em linhas gerais, posso dizer que gostei muito mais de O Trono de Fogo do que de A Pirâmide Vermelha, que funciona muito bem como uma introdução ao universo mas, convenhamos, tem momentos meio...sem graça, enjoativos, chatinhos. O fato é que, mesmo adorando o primeiro livro, o achei muito longo, com muita ação, personagens correndo o tempo todo. E achei isso bastante desnecessário, sabem? Já em O Trono de Fogo as coisas são mais equilibradas, ação e partes lentas na medida certa, além do tão amado desenvolvimento de personagens! Ao contrário do que aconteceu no primeiro volume, neste livro consegui distinguir a narrativa do Carter da narrativa da Sadie e pude perceber por meio delas o quanto os irmãos são diferentes. Inclusive, consegui decidir qual jeito de contar a história me agrada mais: o jeitinho da Sadie, todo trabalhado no sarcasmo e na indiferença. Mas ainda assim, não consegui decidir qual irmão Kane é o meu favorito.

O Trono de Fogo traz também ótimos personagens novos como Bes, o deus dos anões incrivelmente descrito pela Sadie, e Walt, um dos estudantes dos Kane que aparentemente esconde um segredo. Também temos pistas sobre o que teria acontecido com a Zia, conhecemos um pouco do dia-a-dia da Casa do Brooklin, que passou a funcionar como um colégio interno alternativo e aparições de Anúbis.

Mais uma vez, recomendo a leitura para todos aqueles que, como eu, adoram uma aventura infantojuvenil, histórias sobre o Egito Antigo e, claro, para quem já leu A Pirâmide Vermelha.✦