31 de dezembro de 2012

Retrospectiva Literária 2012


O blog Pensamento Tangencial, propôs a postagem coletiva Retrospectiva Literária 2012, na qual devemos falar um pouco das nossas leituras ao longo do ano respondendo as perguntas propostas pelo meme. Lembrando que, algumas perguntas não tinham respostas, por isso, nem comentei. Espero que gostem!

A aventura que me tirou o fôlego: Trilogia Jogos Vorazes, de Suzanne Collins
O suspense mais eletrizante: Marina, de Carlos Ruiz Zafón
A saga que me conquistou: Percy Jackson e os Olimpianos, de Rick Riordan
O clássico que me marcou: O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, e Persuasão, de Jane Austen
O livro que me fez refletir: A culpa é das estrelas, de John Green
O livro que me decepcionou: Água para elefantes, de Sara Gruen
O livro que me surpreendeu: As vantagens de ser invisível, de Stephen Chbosky
Personagens do ano: Katniss e Peeta (Jogos Vorazes) e Charlie (As Vantagens de Ser Invisível)
O casal perfeito: Emma e Dexter (Um Dia, de David Nicholls)
Autor revelação: Carlos Ruiz Zafón
O melhor livro nacional: O livro amarelo do terminal, de Vanessa Barbara; 
O melhor livro que li em 2012: A Sombra do Vento (Carlos Ruiz Zafón), As Vantagens de Ser Invisível (Stephen Chbosky) e Um Dia (David Nicholls)
Em 2012 li: 24 livros

Meta literária para 2013: 

✔ Jane Eyre, de Charlotte Brontë 
✘ A menina que roubava livros, de Markus Zusak
⮞ Senhora, de José de Alencar
✔ Memória Póstuma de Brás Cubas, de Machado de Assis
⮞  Emma, de Jane Austen
✔ A Abadia de Northanger, de Jane Austen
⮞ Bonequinha de Luxo, de Truman Capote
✔ Morte Súbita, de J.K. Rowling
✔ Frankenstein, de Mary Shelley
⮞ O Dia do Curinga, de Jostein Gaarder

27 de dezembro de 2012

Marina (Carlos Ruiz Zafón)

Em Marina, Carlos Ruiz Zafón nos faz viajar novamente pela Barcelona do passado. Desta vez, o leitor se encontra no final da década de 1970 e acompanha a história do adolescente Óscar Drai. Estudante de um colégio interno católico e bastante rígido, Óscar é um rapaz responsável que adora passar suas horas vagas passeando pelo centro de Barcelona, desvendando os mistérios das construções históricas da cidade. Em um de seus passeios, repara pela primeira vez a presença de um antigo casarão, escondido em um canto de uma rua igualmente escondida.

Curioso - principalmente pela presença de um gato atacando um pardal -, Óscar se aproxima da casa apenas para ficar ainda mais intrigado com o canto de uma voz feminina que parece sair da construção. No momento em que decide entrar na casa para descobrir o que está acontecendo, Óscar tem a sua vida mudada para sempre.

Ninguém entende nada da vida enquanto não entender a morte.

Alguns dias depois, Óscar conhece Marina, uma jovem encantadora com idade próxima à sua e que adora mistérios. Juntos, os dois resolvem visitar o antigo cemitério da cidade e descobrem que em todos os últimos domingos do mês uma dama vestida de preto costuma visitar uma lápide sem identificação, exceto por uma marca: uma borboleta negra. Unidos pela curiosidade, Óscar e Marina decidem seguir a dama de preto e desvendar o seu mistério. Com esse gancho, Zafón nos faz voltar a um passado ainda mais distante, apresentando um mistério bastante envolvente.

Sei que sou suspeita para falar dos livros do autor, mas achei Marina realmente muito bom. A narrativa é muito gostosa e envolvente, do tipo que prende o leitor. Os personagens são cativantes e, aos poucos, sentimos vontade de saber um pouco mais sobre eles. O mistério central do livro também não decepciona, fazendo com que a cada fim de capítulo o desespero para descobrir o desfecho da história aumente (o livro tem poucas páginas, o que motivou ainda mais a minha vontade de terminar). Um dos aspectos que mais gosto na forma de escrever do Zafón é a forma como ele descreve as situações, fazendo uso de expressões criativas e divertidas sem deixar o leitor entediado. Com Marina, por vezes, me arrepiei com os acontecimentos narrados que beiram o bizarro. É um misto de Edgar Allan Poe e...não sei o quê. A "investigação" de Óscar e Marina nos leva a perceber que a misteriosa dama de preto é apenas a ponta do iceberg e Zafón nos guia numa incrível jornada ao passado, cheia de altos e baixos e grandes reviravoltas. 

Em linhas gerais, Marina é um livro de mistério, com uma narrativa agradável e surpreendente. Indico à todos que - assim como eu - amam os livros do Zafón e também para aqueles que nunca leram nada do autor (se quiserem saber um pouco mais sobre ele, leiam a resenha que fiz sobre o livro O Jogo do Anjo). Ah, vale lembrar que este livro não faz parte da série do Cemitério dos livros esquecidos escrita pelo autor.✦

19 de dezembro de 2012

As vantagens de ser invisível (Stephen Chbosky)

A minha lista de leituras para o ano que vem já pode eliminar um livro! As vantagens de ser invisível, de Stephen Chbosky, nos traz a história de Charlie, um adolescente não muito sociável que está prestes a iniciar o High School - algo como o Ensino Médio que temos por aqui - em uma nova escola.

Charlie é um garoto tímido, do tipo que está sempre sozinho, se isola e não costuma socializar muito com outras pessoas. A ideia de iniciar o High School em uma escola nova é muito assustadora, por isso, ele resolve que precisa contar o que acontece com ele - os fatos, suas lembranças, suas sensações, etc. - para alguém de confiança, alguém que não tentou dormir com aquela pessoa naquela festa. Dessa forma, o livro é escrito por Charlie em forma de cartas em que ele vai narrando o que aconteceu. As cartas sempre iniciam com "Dear friend" e terminam com "Love always, Charlie" - a edição que li é em inglês, por isso, as citações não estão em português.

Conforme a leitura avança, podemos conhecer um pouco da família de Charlie e a sua ligação com cada um de seus membros; o interessante é que ele nunca menciona o nome de ninguém, chamando sempre de "meu pai", "minha irmã", "meu avô", etc., e a única exceção é a sua Tia Helen. Desde a primeira carta, já fica claro que Charlie tem uma ligação muito forte com a sua tia e que algo muito ruim aconteceu com ela, mas ele demora um pouco para nos explicar o que aconteceu.

Já no começo, fica claro que Charlie é um garoto problemático que já precisou fazer muita terapia para superar algum trauma que só fica claramente explicado na parte final do livro - até lá, o leitor já formou inúmeras teorias -, e que está relacionado à sua dificuldade de socializar, de participar na vida. Em sua nova escola, Charlie encontra apoio nas amizades de Patrick - o garoto mais legal da escola, super engraçado e amigo de todos - e Sam, uma garota doce, simpática e, de certa forma, ingênua.

Mesmo sabendo que Charlie passou por algo traumático, a narrativa nas cartas nem sempre é pesada. Muito pelo contrário, em alguns momentos é engraçada, em outros, traz reflexões e, em outros, apenas nos conta as histórias dos personagens ou a rotina de Charlie em um determinado dia. É uma leitura bem simples e agradável. Com o tempo, já estava tão envolvida com a história, que considerava Charlie meu amigo. Sentia as alegrias dele e sofria com suas tristezas.

"When we got out of the tunnel, Sam screamed this really fun scream, and there it was. Downtown. Lights and buildings and everything that makes you wonder. Sam sat down and started laughing. Patrick started laughing. I started laughing. And in that moment, I swear, we were infinite".

O livro me lembrou muito O apanhador no campo de centeio, de J. D. Salinger, um dos meus livros preferidos e um clássico que aborda justamente questões da adolescência, como se sentir deslocado e a dificuldade em se adaptar ao mundo dos adultos. Aliás, este é um dos livros que Charlie lê e nos fala sobre. Seu professor de literatura, Bill, percebe as dificuldades de Charlie e lhe indica uma série de livros que possam lhe ajudar de alguma forma. Eis alguns títulos: O apanhador no campo de centeio, O grande Gatsby, On The Road, O sol é para todos, Este lado do paraíso, Uma ilha de paz, Almoço nu e A vida nos bosques.

Além das referências literárias, Charlie nos traz várias indicações musicais. Como o livro se passa no início dos anos 1990 (entre agosto de 1991 e agosto de 1992), a maioria delas são conhecidas: The Smiths, Nirvana, Fletwood Mac, Smashing Pumpkins, U2 e por aí vai. Uma experiência bem legal é ler o livro escutando as músicas.

As vantagens de ser invisível é um livro sobre a adolescência e traz temas fortes como violência, uso de drogas, abuso e homossexualidade. Mas tudo de uma maneira bem sutil e delicada. Quando a leitura acaba, a saudade bate e ficamos curiosos para saber mais sobre a vida de Charlie e de seu universo. Indico à todos que, como eu, amam O apanhador no campo de centeio.✦

30 de novembro de 2012

Persuasão (Jane Austen)

Já fazia um tempinho que eu estava querendo ler mais um livro de Jane Austen - já li o Orgulho e Preconceito, aí, quando encontrei o livro Persuasão, tive que comprar e ler rapidinho.

Última obra escrita por Jane Austen e publicada em 1918, após a sua morte, Persuasão traz a história de Anne Elliot, uma heroína que foge dos padrões de Austen. A obra está ambientada em um período em que a burguesia começava a ascender na Inglaterra - os novos ricos atingiam este status como resultado de seu trabalho - , enquanto a nobreza decadente tentava se manter no topo.

Os Elliot são justamente essa nobreza decadente, que não tem onde cair morta, mas continua se importando com o status de cada uma das pessoas que cruza o seu caminho. Sir Walter Elliot e sua filha mais velha, Elizabeth, são aquele tipo de gente que só se importa com carruagens de luxo e jantares extravagantes. Para Sir Walter, Elizabeth é mais bela de suas filhas e, mesmo já estando em uma idade avançada, ainda tem grandes chances de se casar com um herdeiro de nome importante. Mary, a filha mais nova de Sir Walter, se casou com Charles Musgrove, herdeiro de uma grande fortuna. Apesar de ter um bom coração e estar sempre disposta a ajudar àquelas que necessitam, Mary também é um tanto preconceituosa, acreditando que apenas aqueles que nasceram em um berço nobre são merecedores de seu respeito e atenção.

No meio disso tudo está a protagonista, o "patinho feio" da família. Uma mulher de bons modos, meiga e que adora leitura, Anne é completamente diferente de seu pai e de suas irmãs. Aos 27 anos, ela já perdeu as esperanças de um dia se casar e ainda sofre em silêncio pelo rompimento de um noivado 8 anos antes. Frederick Wentworth e Anne Elliot se apaixonaram e pretendiam casar, mas Anne foi persuadida por Lady Russell - a mulher que a havia criado após a morte de sua mãe - a repensar a sua decisão, pois Wentworth não tinha absolutamente nada e, por isso, não era merecedor do amor da senhorita Anne. O destino, porém, resolveu pregar uma peça em Anne ao colocar Frederick Wentworth - agora um rico capitão, parte da nova classe social emergente - novamente em sua vida e prestes a se casar com uma de suas amigas.

A leitura de Persuasão foi bastante agradável, mesmo com o excesso de descrições bastante comuns nos livros de Jane Austen. Gostei do fato de a protagonista ser mais velha, ao contrário das irmãs Dashwood (Razão e Sensibilidade) e das irmãs Benett (Orgulho e Preconceito), que são adolescentes ou jovens adultas. Alguns elementos me irritaram um pouco, mas acho que é porque se trata de uma época distante e bem diferente. Como de costume, Jane Austen faz uma crítica à sociedade inglesa, porém em Persuasão ela não o faz de maneira sutil como em seus outros livros. Acredito que, até o momento, este seja o meu livro preferido da autora. ✦

29 de agosto de 2012

Água para elefantes (Sara Gruen) + filme

O post de hoje é sobre Água para elefantes - tanto o livro da canadense Sara Gruen, quanto o filme dirigido por Francis Lawrence. Como acontece com toda adaptação para o cinema, algumas alterações no decorrer dos fatos pode ser percebida no roteiro e com Água para elefantes não poderia ser diferente. De maneira geral, a história principal é a mesma em ambos os casos. A narrativa tem início com Jacob Jankowski, um senhor de 90 e poucos anos, que resolve contar a história de como se envolveu com o mundo do circo. A partir de então, leitor e espectador são transportados para os Estados Unidos dos anos 1930.

Jacob Jankowski era um estudante de veterinária prestes a conseguir o seu diploma quando recebe a notícia de que seus pais foram mortos em um acidente de carro. Como se não bastasse a morte dos pais, Jacob tem que encarar a realidade de que a hipoteca da casa da família está vencida e que, em questão de dias, se transformará em um homem sem teto e sem dinheiro. Em um momento de desespero, o rapaz resolve fugir de sua vida, correndo pela estrada até se jogar dentro de um trem em movimento.

Sem perceber, naquele momento Jacob estaria mudando os rumos de sua vida para sempre. O trem em que havia pulado não era um trem qualquer, mas o trem do circo dos Irmãos Benzini, "o maior espetáculo da Terra". A princípio, Jacob se encontra ameaçado naquele ambiente um tanto hostil. Mas as coisas mudam quando conhece August, que ao saber de sua quase-formação em veterinária, lhe oferece um emprego como veterinário do circo. Jacob conhece também Marlena, estrela principal do espetáculo e esposa de August, e se apaixona por ela instantaneamente. 

Ele e Marlena tem em comum o amor pelos animais e essa união se torna ainda mais forte com a chegada de Rosie, uma elefanta teimosa e desobediente. Aos poucos, Jacob começa a perceber que, ao contrário do que parece aos olhos das grandes plateias, o circo dos Irmãos Benzini está longe de ser "o maior espetáculo da Terra". Ali artistas e trabalhadores não se misturam, os salários não são pagos de forma justa e August era um homem com constantes alterações de humor.


As mudanças percebidas na adaptação do livro para o cinema são bastante sutis, provavelmente para se encaixarem melhor nas quase duas horas de filme. A primeira alteração que percebi foi a ausência de Tio Al, que no livro é o dono do circo dos Irmãos Benzini; no filme, August - antes apenas responsável pelos animais - se transforma no dono do circo. As origens de Marlena também mudam na adaptação, assim como não fica muito clara qual é a situação mental e psicológica de August - no livro é tudo bem explicadinho.

A forma como a narrativa é construída também muda. No livro, Jacob vive em uma casa de repouso e as lembranças de seus anos dourados surgem como flashbacks. Já no filme, não fica claro onde Jacob vive, apenas se sabe que ele chegou tarde para assistir ao espetáculo de circo da cidade e, por isso, começa a conversar com o dono do circo, a quem conta as suas histórias - em nenhum momento interrompidas, como acontece em Titanic, por exemplo. Além dessas mudanças mais perceptíveis, tem aquelas praticamente não notadas, como o fato de Jacob ser ruivo, e Robert Pattinson não, e Marlena ser morena, bem ao contrário da legalmente loira Reese Witherspoon.

Já a escolha do elenco, se me permitem dizer, foi triste. Sim, triste. Não há nada que defina melhor a completa falta de química entre Pattinson e Witherspoon. E até Christoph Waltz - que dá vida a August e que, sem sombra de dúvidas, é o melhor ator do elenco -, não está lá grandes coisas, como se fosse um eco de seu personagem em Bastardos Inglórios. Ah, vale lembrar que Rosie é praticamente largada em segundo plano no filme - que, diga-se de passagem, se chama Água para elefantes. A fotografia é um dos pontos positivos e merece grande destaque, porque é realmente muito bonita. Muito mesmo. Principalmente nas cenas dos espetáculos.

Para resumir, direi apenas que recomendo a leitura do livro Água para Elefantes, pois é bastante envolvente, apesar de não ter a melhor história do mundo. Quanto ao filme, se você leu o livro, assista apenas por curiosidade e sem muitas expectativas. Se você só assistiu ao filme, não leia o livro, porque irá se decepcionar ou com um, ou com o outro. Eu, particularmente, fico com o livro.✦

3 de julho de 2012

O Jogo do Anjo (Carlos Ruiz Zafón)

Como amante da leitura desde meus 10 ou 11 anos, não consigo ficar muito tempo sem ter algum livro na minha cabeceira - às vezes mais de um - e detesto quando minha lista de leituras tem que ser adiada por conta das responsabilidades acadêmicas de faculdade... Mas chega de enrolação e vamos direto ao ponto, né?

O livro O Jogo do Anjo, do escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón, é aquele tipo de leitura que prende a atenção do leitor desde a primeira até a última página. A primeira obra que li de Zafón foi A Sombra do Vento e, justamente por ter adorado a leitura, fiquei bastante curiosa para ler outros trabalhos publicados. Tanto A Sombra do Vento, quanto O Jogo do Anjo fazem parte de uma trilogia - ou seria tetralogia? - de histórias que tem como cenário a Barcelona dos anos 1920 e 1930. É interessante mencionar que, apesar de independentes, as histórias se entrelaçam e podem ser lidas em qualquer ordem. Em ambos os livros, Zafón apresenta aos leitores lugares como o Cemitério dos Livros Esquecidos e a livraria Sempere e Filhos, lugares fascinantes que qualquer leitor assíduo teria um grande prazer em conhecer.

Narrado em primeira pessoa, O Jogo do Anjo traz a história de David Martín, "um jovem escritor caído em desgraça". Filho de uma família desestruturada - em que a mãe abandona o lar e o pai é um ex-combatente de guerra alcóolatra, violento e ignorante -, David encontrou nos livros o consolo para as mazelas de sua infância e, com o passar dos anos, decidiu que se tornaria um escritor. Já adolescente, encontrou o seu primeiro emprego em um jornal local - com a ajuda de Pedro Vidal, um grande amigo de família abastada -, onde cuidava da editoria de polícia. Mais tarde, passou a escrever pequenos contos policiais.

Após a saída do jornal, David passou a trabalhar para uma pequena editora, mal administrada e bastante desorganizada, que lhe encomendou uma série de livros policiais que teria que assinar sob um pseudônimo. Preso em tal situação, sem dinheiro para arcar com suas despesas básicas e morando em uma pensão que mais parecia um pulgueiro, David recebe uma proposta irrecusável feita por um editor estrangeiro chamado Andreas Corelli. O sujeito, que afirma conhecer o trabalho de David, lhe encomenda uma obra que poderá impactar os rumos da História e da humanidade e, em troca, oferece uma quantia imensurável em dinheiro e... algo mais que não irei revelar.

A partir de então, o leitor encontra uma série de mistérios meticulosamente elaborados e anseia por suas resoluções. Com personagens apaixonantes - como o Sr. Sempere e a jovem Isabella - O Jogo do Anjo traz uma estrutura narrativa impossível de explicar, porém extremamente envolvente. Em determinados momentos, Zafón pode ser bastante descritivo, até meio barrroco, em outros, narra uma sequência de ação digna de cinema. Com diálogos bem trabalhados e diretos, outro elemento que cativa na obra é o senso de humor do autor, carregado de sarcasmo. Quanto ao enredo, é difícil classificar em gênero. Em partes parece aventura, em outras parece suspense, terror, romance...É uma mistura de vários elementos e por isso, difícil de rotular. Particularmente, achei O Jogo do Anjo um tanto sombrio, em comparação com A Sombra do Vento, porém, não menos apaixonante.

Indico à todos aqueles que adoram passar horas e mais horas na companhia de um bom livro.✦